Eu Queria ser o Dylan

O enredo em si da série Beverly Hills, 90210 (por aqui traduzida para Barrados no Baile) já nos era - a mim e aos meus contemporâneos de escola, faculdade e amizades afins - um tanto quanto pueril quando de sua estreia, em 1990; já era - usando um termo que, à época, não era aplicado - um tanto quanto teen para nós, todos na faixa dos 22, 23 anos, em fase, portanto, de definição profissional, de tomar um rumo na vida.
Ainda assim, todos nós assistíamos a Barrados no Baile. Não perdíamos um, sempre aos sábados à tarde. E se, por alguma razão, fôssemos perder, programávamos o vídeo-cassete para gravar e assistíamos depois.
É que, independente da faculdade que cada um cursava, ou dos rumos que cada um planejava dar à própria vida, havia uma unanimadade entre nós : todos nós queríamos ser Luke Perry, o Dylan, o fodão dos Barrados no Baile!
A séria era ingênua, bobinha etc, mas tinha o Dylan.
Dylan era o cara misterioso;
Dylan era filho de um perigoso gangster de Los Angeles,
Dylan era o outsider, o genro que nenhuma sogra quer ter;
Dylan tinha o desdém e o enfado pela vida de um Humphrey Bogart;
Dylan tinha a beleza torturada de um James Dean;
Dylan dirigia um Porsche;
Dylan comeu a Brenda;
Dylan comeu a Kelly;
Dylan comeu a Valerie.
Luke Perry, o Dylan, na quinta-feira passada, aos 52 anos, sofreu um AVC, vindo a falecer ontem (04/02).
O funeral será na casa dos Walsh.
 Luke Perry
1966 - 2019

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8 Comentários

  1. Dylan era o anti-herói... mas o grande comedor mesmo era o Brandon, que só não traçou a irmã e a Donna, a mais feinha.

    E eu que pensava que minha vida na faculdade seria como em 90210... ledo engano. Eu andava é de busão é só pegava mulher feia... quando aparecia.

    Enfim, bons e inocentes tempos...

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  2. Sei lá, creio que a juventude provoca esse sentimento de “bons tempos aqueles” nos que a perderam, pelo simples motivo de não haver ainda parâmetros de comparação nem paradigmas claros. Ou seja, na juventude ainda não há régua nem compasso confiáveis e um dos pratos da balança ainda está vazio. Pegando um gancho de seu post mais recente, ainda “não há nada para lembrar, não há nada para esquecer”

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    1. Sem dúvidas, Jotabê, sem dúvidas. Não é a ignorância sempre uma benção?
      Mas, creio, que o melhor da juventude nem fosse o corpo que a tudo bem respondia, que não doía, o pau que levantava fácil três, quatro vezes por dia; creio que o melhor da juventude, o que nos causa mais saudade, era a falta de responsabilidade, não termos compromisso com nada nem ninguém além de nosso próprio umbigo. Ou seja, a liberdade.

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  3. Grande amigo Azarão, folgo em saber que sou mais um a lamentar o óbito do comedor Dylan. Ontem ao tomar conhecimento do fato me lembrei do mais emblemático episódio da série, aquela na qual o pai de uma jovem que ele traçava armou uma tocaia para matá-lo, porém que morre é a mocinha, que de mocinha não tinha nada.....uma pacha de uma gostosa. E a gente comendo cada turu na facu que dava medo.....mais valeu a pena....o se valeu....kkkk

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    1. Tonya era o nome dela, meu caro amigo, uma loira espetacular, filha de um mafioso rival do pai do Dylan. Foi realmente um dos episódios mais dramáticos da série.
      E aquele escocês prometido? Tomaremos um em memória ao Dylan?

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  4. Mi wisky é tu wisky amigo....vamos marcar de beber o morto qualquer sábado desses

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    1. Que devia ter ascendência escocesa, uma vez que Dylan McKay. É só ligar e a gente marca. Eu levo o gelo.

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