E a Lua Anda Tonta...

Em qual das tuas fases
Manténs agora tua secreta base,
De localização e acesso criptografados de mim?

De que janela orbital,
Inatingível por meu binóculo indiscreto,
Agora te exibes túrgida e distraída
Para algum cosmonauta pervertido?

Em qual dos teus velhos carnavais,
Dos teus salões sem atmosfera e gravidade
Bailas e flutuas alheia a mim?

Com qual dos teus eclipses,
Das tuas máscaras negras,
Passas por mim
Disfarçada,
Foragida,
Magoada?

Com que Arlequim te iludes
Te divertes e te embriagas
A pensar que não pensas mais em mim?

Com que lança-perfume fantasias,
Com que fantasia te entorpeces
Quando finges que não é minha a tua luz
E que não controlas meus humores,
As minhas marés?

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3 Comentários

  1. Você é um sniper da poesia! Sempre acerta na mosca. Muito bom!

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    1. Velhos carnavais, meu caro, velhos carnavais, que sempre nos assombram nestes tempos de fantasias esfarrapadas.

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  2. Fazia praticamente um ano que não dava uma olhada por aqui, pensando que não pensava mais em ti.
    Puta que o pariu.
    Sniper.

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