A Maria do Zé e o Zé da Maria (Ou, Se a Moda Pega, o Fábio Jr. Tá Lascado)

Sempre considerei de uma aviltante submissão e de um tirânico subjugo que a mulher, ao contrair matrimônio, passe a carregar o sobrenome do marido. Como uma cangalha, uma marca de propriedade gravada com ferro em brasa em suas ancas, que passe a portar não mais uma certidão de nascimento, sim um certificado de propriedade.
Que percamos certas liberdades, teoricamente em prol de outras vantagens da vida em comum, ao nos casarmos, faz parte do contrato, do pacote. Mas abandonar a antiga identidade? Abrir mão da condição de um ser amado e tornar-se em um ser aparentado? Dizem que é comum casais virarem irmãos depois de longa data de convivência. Pudera, uma vez que a intenção desse desejo incestuoso era clara e explícita desde o início.
Vai daí, ontem, uma amiga do trabalho - aconteceu com uma prima dela - me contou que a moda agora, ou a crescente tendência, como diriam os viadinhos politicamente corretos, entre os casais modernosos, antenados, inteligentinhos, politicamente corretos, orgânicos, autossustentáveis e empoderados, daqueles que só usam detergente biodegradável, que só vão às compras com sacolas reutilizáveis de juta, que defendem a doutrinação político-partidária, a ideologia de gêneros e a distribuição do kit gay nas escolas públicas (não nas particulares onde seus filhos irão estudar), que votam na esquerda e no PT mesmo depois da Justiça provar por a+b+c+z a qualidade de cartéis criminosos desses partidos, é que o homem passe também a agregar o sobrenome da esposa ao seu. O casal fica com os sobrenomes iguaizinhos, combinandinhos.
Mais que uma prova de amor, é uma demonstração de respeito à igualdade de gêneros - disse-me minha colega que a prima lhe disse. Igualdade de gêneros é o caralho! E a buceta, também! Os gêneros não são iguais! Os direitos, para ambos, têm, é claro, que ser iguais, mas os gêneros, definitivamente, não o são. E ainda bem. Caralho é caralho. Buceta é buceta. Igualdade de gêneros só se dançar homem com homem e mulher com mulher! Valha-me São Tim Maia!
De mais a mais, convenhamos, para fazer isso, para adotar o sobrenome da esposa, o cara tem que ser muito fofo, muito ursinho panda, muito bebê-foca. O tipo de babaca que, quando a mulher está prenha, ela a sofrer com enjoos, azias, refluxos, descontroles hormonais e com as mudanças do corpo, ele diz, sorridente, aos amigos, "estamos grávidos". O tipo de mané que dá presente pra sogra no Dia das Mães, que chama o cunhado de brother, que fica de TPM junto com a mulher, que vai ao shopping e à manicure com ela, escolher sapatos e palpitar na cor do esmalte.
É o crepúsculo do macho-jurubeba! É a bancarrota do macho das antigas! Se a moda pega, o Fábio Jr. tá lascado. Tivesse o grande comedor e passador de rodo agregado o sobrenome de cada mulher com quem se casou, teria hoje mais nomes que o Dom Pedro I, a saber : Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon. 
E a mulher que se associa a um tipo desse, que se sujeita a trepar com um fofo, com um bebê-foca? Deve ter sofrido muita rejeição, ter passado por muita decepção amorosa para estar assim, vendendo a buceta à baciada na xepa da feira do amor.
Eu vos declaro Maria do Zé e Zé da Maria.
Que viadagem!
Respeito muito mais o cara que dá o cu!

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2 Comentários

  1. Ótimo e divertidíssimo texto. A menção ao Fábio Jr. foi genial. A propósito, nos estertores da minha fase de trabalhador, tive um chefe (bem mais novo que eu), muito chatinho, que adotou o sobrenome da digníssima ao se casar. Cara-metade? Cara de bundão!

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