Um poeminha, daqueles bem fuleiros, escritos em porta de banheiro de buteco pé-sujo

parece que a gente combina
(acontece)
de se foder sempre junto,
(nossos azares, revezes e desventuras, parecem sincronizados)


mas nunca nos fodemos, de fato
no bom sentido do verbo
(nunca pusemos, expusemos, testamos, nossos corpos às vias de fato, nunca língua na língua, a criar novos dialetos, a matar idiomas, nunca a minha boca a beber da tua boca mais baixa e de lábios mais grossos, nunca o meu falo a te falar em sussuros, ao pé do ouvido, em mímicas cadenciadas)


será que nos foderíamos
ainda mais
se,
um dia,
viéssemos realmente a nos foder?

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