Biotônico Fontoura de Buceta (Ou : um tapa na beiça e outro na beiçuda)

É notória a brutal, avassaladora e irreprimível  fome que assalta e acomete o maconheiro - o cara que acabou de dar um tapa na beiça -, a famosa larica. A larica, feito um demônio bíblico, possui o corpo que não lhe pertence e faz do maconheiro um ser sem vontade própria, guiado por uma única compulsão : comer! Comer pra caralho. De preferência alimentos doces e gordurosos - o brigadeiro é o arroz com feijão do maconheiro. Mas não havendo o brigadeiro, ele come tudo o que houver pela frente. Já presenciei um cara, no auge da larica, arrancar limões minúsculos e ainda verdes do pé e comê-los como se um manjar dos deuses fossem. Não há anorexia que resista a um cigarrinho do capeta.
Acho até que deveria ser desenvolvido para a Cannabis, já tão aplicada para usos curativos em certas áreas esculápicas,  um uso medicinal pediátrico, para aquelas crianças com falta de apetite. Quando eu era criança, todos os dias, uns quinze, vinte minutos antes do almoço, minha mãe nos dava, para mim e para a minha irmã, uma colherada de Biotônico Fontoura, elixir com propriedades fortificantes, que, se dizia à época, abria o apetite da molecada. Imaginem, então um biotônico à base de Cannabis? Um Biotônico Bob Marley, ou um Biotônico Marcelo D2? A molecada ia comer até jiló e pedir sorvete de quiabo de sobremesa.
Aí, alguma mente doente e desocupada deve ter pensado e se perguntado : será que a maconha também é capaz de despertar outros apetites, que não os bucogastroentéricos? Que faça salivar também outras bocas? Afinal, você tem fome de quê? Se dar um tapa na beiça, aviva o apetite por comida, será que dar um tapa na beiçuda atiçaria o apetite por rola, por piroca?
E assim nasceram os tão em voga lubrificantes íntimos de maconha. É isso mesmo, caro amigo leitor do Marreta, a nova onda dos sexshops é o lubrificante pra buceta à base de óleo de Cannabis, para ser usado, assim como o Biotônico Fontoura, um pouco antes do "almoço". Uns vinte minutos, uma meia hora antes da trepada ou da siririca, a mulher deve aplicar o lubrificante em sua perseguida, besuntar a fedegosa por dentro e por fora, no clitóris. Então, é só esperar o efeito, é só esperar aquela larica vulvouterina se instalar. É o Biotônico Fontoura da Buceta!
A produção do lubrificante é oficializada em alguns estados dos EUA, tolerada, vista apenas como contravenção, no Uruguai, e clandestina e criminosa no Brasil. Independente da origem e nacionalidade, os fabricantes da bagana de buceta têm seduzido as mulheres com promessas de orgasmos mais intensos, prolongados e até múltiplos.
O produto original, o Foria, em forma de spray, foi concebido na Califórnia, em 2014, e, de lá para cá, já inspirou diversos genéricos mundo afora. No Brasil, a reportagem da Folha de São Paulo, via redes sociais e whatsapp, mapeou versões caseiras do lubrificante produzidas no Sul, Sudeste e Nordeste do país. Uma das fabricantes que concordou em dar entrevista ao jornal, Joana (será Maria Joana?), 30 anos, diz ter mais de cem clientes regulares, distribuídas entre Pernambuco, Rio e São Paulo. “Quero ver mulheres mais independentes sexualmente.”, disse Joana.
A versão uruguaia, desenvolvida por Débora Mello, é a mais inspirada. Débora batizou sua obra de Xapa Xana. Pããããta que o pariu!!! O cara que fuma unzinho xapa o coco, a mulher que usa o lubrificante da Débora xapa a xana!!! Sobre a sua criação, Débora diz : “Fiz muitas pesquisas e desenvolvi um projeto de arte que trata do empoderamento sexual feminino, juntei dois tabus em um potinho: a maconha e o prazer sexual feminino". Pããããta que o pariu!!! Será que ela não podia só passar o lubrificante na xana, relaxar e gozar? Tinha que ficar teorizando, tinha que ficar com esses papos furados de empoderamento feminino etc? Por isso, essa mulherada tem tanta dificuldade de gozar, fica enchendo a cabeça de caraminholas e de falsas ideologias.
A repórter Marcella Franco foi destacada pela Folha de SP para testar três versões do produto e escrever sobre suas impressões. Marcella Franco, em nome de seu profissionalismo, fez o sacrifício, besuntou-se e tocou uma siririca com cada um dos produtos, o Foria, o óleo caseiro da Joana e o Xapa Xana. Abaixo, as impressões da moça:
"Entre os três lubrificantes de maconha, o Foria foi o que menos surpreendeu. Na hora da masturbação não fez lá grande diferença, causando sensação de um Halls preto esfregado no clitóris.
O brasileiro caseiro é o que mais demora para fazer efeito, mas, quando bate, a onda é boa. Entre a dormência e o inchaço, senti a vulva mais sensível e receptiva. O orgasmo parece mais longo, embora a intensidade seja igual.
O campeão é o Xapa Xana. Além de fazer efeito de cara, causa a “chapação” esperada de um produto à base de maconha. Algumas gotas já ajudam a gozar de maneira mais prolongada e vigorosa. Pulei para o segundo, terceiro e quarto orgasmos com menos esforço que o normal."
É um novo e promissor nicho de mercado! E não é só a mulherada que está em polvorosa com a novidade. A viadada está ainda mais. A bicharada está inquieta, aflita e curiosa : será que o Xapa Xana também xapa o cu? Será que o Xapa Xana também dá larica nas pregas?
De antemão, já respondo : não sei, ex-boiola, não sei. E nem quero saber.

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