E encontrei nada. 
Nada ao fim dessa estrada 
Nada que justificasse tamanha caminhada. 
De que valeu tudo isso, então? 
Cheguei até a foz desse rio 
E encontrei o vazio. 
Vazio do aço mais vil. 
Vazio como recompensa por anos de esforços a fio. 
De que serviu tudo isso, então? 
Cheguei ao fim desse livro
Cheguei ao fim desse livro
Onde como protagonista figuro 
E só encontrei o escuro 
Escuro onde julgava porto iluminado e seguro 
O escuro como vela a me orientar o futuro. 
De que proveito foi tudo isso, então? 
Cheguei ao final dessa vida atribulada
Cheguei ao final dessa vida atribulada
E consegui nada. 
Nada ao fim dessa escalada. 
Nada. 
Apenas a terra estéril, sobre meu esquife, lançada.
3 Comentários
Tudo rimando, bem bolado. Mas muito melancólico, pessimista. Cadê o seu otimismo?
ResponderExcluirEssa é inequivocamente sua melhor faceta. Eu adorei(*) as perguntas no final das três primeiras estrofes! Muito, muito bom!
ResponderExcluir(*) não repare o "adorei", pois eu falo assim mesmo. Como disse um dos meus filhos, "menino criado em casa de vó é problema"
eu também uso bastante o verbo adorar, mas com toda macheza, claro, sem desmunhecar. O problema seria dizer A - DO - REI ! ! ! Com grande ênfase e pausa entre as sílabas e gesticulando com largo gestual.
ExcluirMas quanto a menino criado na casa da vó, concordo com seus filhos...
sacanagem.