Não é a falta de tempo
Que me impede de ser um gênio.
O que me impede de ser um gênio,
É não ser um gênio.
Mas a falta de tempo
Me impede de tentar, de brincar de ser
De me transverberar, de quebrar a cara
De supor.
O tempo não é a quarta dimensão,
Não é uma deformação do espaço,
Não é Cronos,
Não é a força da gravidade na TPM,
Não é relativo porra nenhuma:
O tempo é a madrugada.
Todo o resto são horas,
Relógios, imbróglios,
Minutos celerados
Ampulhetas viciadas em milésimos de segundos,
Medições do nada.
Não é a falta da madrugada
Que me impede de ser um gênio.
O que me impede de ser um gênio,
É não ser um gênio.
Mas a falta da madrugada
Me impede de contemplar a madrugada,
De ser comido, digerido e expelido por ela :
Bolo fecal escalpelado de meus nutrientes
E de minha poesia,
Toda ela a emprenhar as insônias e os perambulares.
Me impede de me embebedar,
De chorar, de mentir,
De acertar meus ponteiros.
2 Comentários
Uau!
ResponderExcluirDe ser comido, digerido e expelido por ela :
ResponderExcluirBolo fecal escalpelado de meus nutrientes
E de minha poesia,
Toda ela a emprenhar as insônias e os perambulares.
Me impede de me embebedar,
De chorar, de mentir,
De acertar meus ponteiros.
Muito bom na integra!