![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioUSim_S498FDJWKrn18uKbjcCOBaF9qmkkmKrC8Npp5AII_kjTTTgEXmyPLXQLsPRIYrln8ilpPUcWF2bEhVEEXPRU51g95Wigw6JAE9MxQ1CpDJU34gU2q1Z5zTdIFX4PA4zMth-pHkp/s320/menino+saltando.jpg)
E nisso
Já rachou moleira, cortou supercílio,
Criou muito galo na testa,
Esborrachou nariz e ralou queixo.
A cada salto, uma contusão
A cada levante, o chão.
Porém entre o pulo e o tombo,
Não via a queda, o menino :
Via o voo.
Curto, quase instantâneo, mas voo.
E se perguntado dos machucados,
Não dizia que foi caindo.
Foi aterrissando, sorria ele.
O menino ainda existe hoje,
Com toda a sua vontade de voar.
Só que mora num corpo de 50 anos,
Impróprio para voos,
Que engaiola o menino.
E o corpo já mostra sinais de fim:
Hipertensão, úlcera péptica, reumatismo, lombalgia
Taquicardia, artrose, trombose, cólica renal
Cefaleia, indisposições generalizadas.
É a idade, tenta se convencer o corpo de 50 anos.
Que nada!
É o menino lá dentro,
Ainda a pular e se estabacar,
A rachar moleira, a ralar queixo,
A voar.
A tirar o sono do velho.
0 Comentários