Que Fossa, Hein, Meu Chapa, Que Fossa... (58)

O palhaço é a alegria do circo!
Não é.
Ele é a catarse da plateia. É o saco de vômito, a escarradeira do respeitável público desse imenso freak show, do circo de horrores e aberrações que é a existência humana, que somos nós. 
 
O palhaço não é engraçado. É patético, é horrendo, é risível e ridículo. Rimos do palhaço para podermos nos levar, minimamente, a sério. Para fingirmos que não somos nós os patéticos, os horrendos, os risíveis e ridículos.
 
O palhaço é o bode expiatório das vergonhas que não temos coragem de assumir. Rir do palhaço é quebrar todos os espelhos da casa.
 
E de quem o palhaço ri, se é que ri? Quem faz papel de palhaço para o palhaço gargalhar?
Com o que sonha, o palhaço, quando deixa sua alegria guardada em seu estojo de maquiagem?

Sonhos de um Palhaço
(Antônio Marcos)

Vejam só
Que história boba
Eu tenho pra contar
Quem é que vai querer
Me acreditar
Eu sou palhaço sem querer

Vejam só
Que coisa incrível
O meu coração
Todo pintado e nesta solidão
Espero a hora de sonhar

Ah, o mundo sempre foi
Um circo sem igual
Onde todos representam
Bem ou mal
Onde a farsa de um palhaço
É natural

Ah, no palco da ilusão
Pintei meu coração
Entreguei, entreguei amor
E sonhos sem saber
Que o palhaço
Pinta o rosto pra viver

Vejam só e há quem diga
Que o palhaço é
No grande circo apenas o ladrão
Do coração de uma mulher

Ah, o mundo sempre foi
Um circo sem igual
Onde todos, todos
Representam bem ou mal
Onde a farsa de um palhaço
É natural

Ah, no palco da ilusão
Pintei meu coração
Entreguei amor e sonho
Sem saber
Que o palhaço pinta o rosto
Pra viver

E vejam só e há quem diga
Que o palhaço é
No grande circo apenas o ladrão

Do coração de uma mulher.
 

Para ouvir Sonhos de um Palhaço, com Antônio Marcos, é só clicar aqui, no meu taciturno MARRETÃO.

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