Depois de há tanto
E de tantos imaginados reencontros,
Aconteceu uma escada,
Como no dia da Anunciação.
Mas ela não tropeçou,
Nem nos degraus
Nem nas palavras.
Olharam-se,
Sorriram-se.
Não estando a sós,
Conversaram três ou quatro minutos
De trivialidades
E só.
Abraçaram-se
(e o abraço deles conservava a promessa das mesmas promessas que nunca puderam ser cumpridas)
E tchau.
Até um dia.
Houve revoada
De fogos de artifício pelo ar?
Repique de sinos nos campanários?
Não.
Apenas por dentro dos dois.
Como bem cabe
A um amor não realizado
Sem mais esperança de ser.
Envelhecido
Amadurecido em barris de fracassos
E resignações.
(aquele momento : uma foto em sépia, incubada num triste casulo de âmbar).
7 Comentários
Muito bom! Às vezes eu me pergunto o quanto tem de autobiográfico em seus poemas, mas não precisa responder.
ResponderExcluirPouca coisa. Uns 97%.
ExcluirKkkkkk
ExcluirPouca coisa, quase nada...
Espetacular, Marreta. Esse poema me deu até saudade de escrever.
ResponderExcluirPois volte. E a publicar, também.
ExcluirAcho (e somente acho) que voltei.
Excluirhttps://efemerostrajetos.blogspot.com/2024/07/um-monologo-sobre-os-meus-enfins.html
Estou indo conferir
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