As escolas cívico-militares, como a própria denominação entrega, são híbridos, meios-termos entre as escolas civis e as militares. Diferente das militares, a parte administrativa, a pedagógica e a definição do currículo continuam nas mãos de professores, pedagogos, educadores e outros embusteiros. Diferente das civis, a segurança, a disciplina e atividades extracurriculares de moral e cívica ficam a cargo e a soldo dos militares.
As escolas cívico-militares são a bola da vez na pauta da decadente, comatosa e com morte cerebral, Educação pública brasileira. Ontem, 21/05, a Alesp, a Assembleia Legislativa de São Paulo, por 54 a 21 votos, aprovou o Projeto de Lei Complementar 09/2024, que insere o Programa Escola Cívico-Militar na rede pública de ensino do estado de São Paulo. Aprovado, o projeto segue agora para a sanção do governador Tarcísio de Freitas, o autor do projeto.
Votei em Tarcísio de Freitas. Arrependo-me disso até o último fio de cabelo branco do meu cu. A plataformização digital e a gamificação que, via seu Secretário da Educação, Renato Feder, ele vem impondo ao ensino médio atual é uma das atitudes mais hediondas e criminosas já vistas no que diz respeito ao que é o real aprendizado. Fora o massacre por assédio moral a diretores, coordenadores e professores, os que estão no fim da ponta e são os mais assediados.
Encontrasse eu com Tarcísio de Freitas e Renato Feder, não gastaria minha saliva com eles. Nem para argumentar contra as mudanças que vêm promovendo nem para lhes cuspir ao rosto. Minhas amilases salivares merecem mais nobres destinações.
Se sou a favor das ECMs? Sou a favor da disciplina. E ponto. Aconteça ela através do meio que for capaz de a estabelecer, por qualquer que seja o vetor que a inocule na sociedade. E sou terminantemente contra e refratário à indisciplina, sobretudo, como atualmente, travestida de liberdade, de progressismo, de inclusão.
Se sou a favor da ECMs? No atual grau de licenciosidade e de degenaração moral em que se encontram as escolas públicas paulistas, minha resposta é um maiúsculo e inabalável SIM.
Após 25 anos de sala de aula na rede pública de SP, digo, sem medo de equívoco ou arrependimento posterior, que sim, o modelo cívico-militar é a única chance, ainda que mínima, ainda que mais uma esperança do que uma chance, de melhoria da educação pública, de uma luz no fundo do poço.
Nem precisam acreditar em mim. Esperem pelos resultados do próximo ENEM, ou pesquisem pelos anteriores. Constatem que tipos de escolas figuram sempre entre as melhores colocadas. Tirante, óbvio, os super-ultras cursinhos pré-vestibulares, os megablasters Objetivos da vida. Olhando apenas para as escolas "normais", verificarão que as recorrentes campeãs são ou as escolas religiosas ou as escolas militares. E o que elas têm em comum?, poderá perguntar algum idiota, afinal, uma prega o amor, a caridade, os ensinamentos do Cristo; a outra, a guerra, a beligerância, a violência.
Primeiro : o caralho! Segundo : elas têm, sim, um ponto fundamentalmente em comum, que as fazem funcionar com eficiência e excelência comprovadas : a Disciplina! Um conjunto inflexível de regras, normas e condutas. O respeito e a obediência a uma cadeia de comando, a uma hierarquia. E o principal : com punições duras e adequadas aos que infringirem seus códigos e regimentos.
Simples assim. Não há mistério no êxito dessas escolas. Há muito trabalho - o que o brasileiro menos quer hoje em dia -, mas não há segredo.
Disciplina e método são necessários. Sempre. Em qualquer ambiente, em qualquer atividade, em qualquer etapa da vida. Contudo, no decorrer das últimas três décadas, os ideais podres e nefandos da esquerda brasileira, impregnados em cada linha da Constituição e dos Estatutos Civis, promoveram a proposital destruição e demonização desses tão caros conceitos e práticas, a disciplina e o método.
A ponto de, hoje em dia, haver uma conotação extremamente pejorativa quando se diz que fulano é metódico, sistemático. Muito metódico e sistemático, então, é uma recomendação para que ele consulte um psiquiatra.
A disciplina é, portanto, fundamental. Imprescindível. Mas não nos é natural, a todos, a disciplina. Não mais que 5 - 10% das pessoas optam espontaneamente pela disciplina, ou podem ser convencidas a ela através de conversas, argumentações e conscientizações. Não obstante, ela há de ser também estabelecida aos outros 90%. De qualquer maneira, a todo custo. Na marra, no muque. A bem (ou, ao menos, não ao prejuízo) da coletividade e de uma mínima ordem.
Uma vez que, claramente, os artifícios legais e pedagógicos civis, com toda as suas leniência, tolerância e até mesmo simpatia pelo desordeiro, pelo infrator de forma geral, não conseguiu implantar sequer sombra de disciplina nas salas de aula, disciplina que havia na minha época de estudante primário e secundário, que ela seja restabelecida, pois, militarmente.
Houve, é claro, protestos em frente à Alesp durante a votação. Baderna de "estudantes" contrários às ECMs, devidamente doutrinados e feitos em bucha de canhão por seus "mestres" vermelhoides de história, filosofia, sociologia e outras que tais. Oito "estudantes" foram presos. Claro que serão soltos, se é que já não foram, mas espero que tenham levado, antes, umas boas bordoadas de cassetetes.
Um deles, vi num noticiário matutino, desfilava um cartaz com os dizeres : "minha escola não é quartel". Nem precisava dizer. Caso ela fosse, ele não seria o bosta, o verme que é. Teria virado gente.
São tão burros, tão débeis mentais, esses "estudantes", e tão canalhas, tão mal-intencionados, os seus "mestres", que aparentam, os primeiros não perceberem e os segundos fazerem questão de ocultar, que apenas algumas escolas adotarão o modelo cívico-militar. E que ninguém será obrigado a se sentar em seus ordenados bancos. Que as ECMs serão uma saudável - e já não sem tempo - opção para os alunos que desejam estudar de verdade, alunos cujas famílias ainda prezam e praticam os valores morais básicos a uma boa sociedade.
Quer estudar de verdade, quer virar homem? Matricule-se numa ECM.
Quer continuar no oba-oba, tocando violão, jogando baralho, namorando e fumando maconha na escola, quer seguir a ser o invertebrado inútil que é? Matricule-se numa escola pública tradicional. Que é para esses que ela foi pensada, que é para isso que ela foi sendo deturpada e conduzida nos últimos 30 anos de esquerda.
As ECMs serão uma opção. Como bem diz a fala do deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor (Republicanos) : "Parabéns ao governador que dá a opção para as famílias que querem
colocar os seus filhos na escola cívico-militar, para que eles possam
entender o verdadeiro e pleno exercício da cidadania".
Também o deputado Agente Federal Danilo Balas (PL) : "Esse projeto traz a disciplina e o respeito como base nas escolas. Traz
segurança para alunos e professores. Parabenizo o governador e a todos
os deputados que aprovaram essa medida de melhoria na qualidade do
ensino público. Uma prova disso é que a evasão nas escolas
cívico-militares é baixa. Além disso, em todos os locais, há uma fila
gigantesca de alunos buscando se matricular".
Um parênteses : deputados Xerife do Consumidor e Danilo Balas, a coligação perfeita.
Mas, claro, sempre há os favoráveis ao caos, aos que dele se beneficiam e nele prosperam, feito o simpático, porém, bocó e eterno corno da Martha, o deputado Eduardo Suplicy (PT) : "A introdução de elementos militares nas escolas pode criar uma
atmosfera mais autoritária e hierárquica, onde o foco na disciplina e na
obediência pode se sobrepor aos princípios da liberdade de expressão e
pensamento crítico. Isso pode afetar negativamente o ambiente de
aprendizado, desencorajando a criatividade e a autonomia dos alunos".
Eu tenho 56 para 57 anos, Suplicy deve ter passado já dos oitenta. A escola em que ele estudou, certamente, era muito mais rígida, hierárquica e exigente do que aquela em que eu fui aluno. E que mal isso causou a ele? Pelo contrário, apesar de petista, Suplicy parece ser um sujeito decente, honesto, íntegro e muito culto. Os mesmos que criticam a escola linha-dura são os que bem se formaram e se fizeram em seus bancos. Burrice? Duvido muito.
Não dar uma escola exigente e disciplinadora à população não é deixar de oprimir os pobres coitadinhos, é justamente o oposto, é conservá-los uns coitadinhos, uns idiotas, uns retardados, não é levar educação a todos, é manter o status quo.
As poucas ECMs espalhadas rarefeitamente pelo país são todas casos incontestáveis de sucesso. Diretores civis desses colégios afirmam que a parceria com militares trouxe benefícios significativos sob os pontos de vista de desempenho acadêmico, disciplinar, psicológico e de envolvimento das famílias e das comunidades no ambiente escolar. Muitos deles disseram que a parceria com os militares ajudou até mesmo a afastar o tráfico de drogas de sua escola. Ou seja, as ECMs funcionam; pelo simples fato de serem escolas de verdade. Nada além disso.
Por isso, a esquerda é contra elas. Por isso, Lula, em julho de 2023, encerrou o Pecim (Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares), porque dentro delas os seus eleitores, os bandidos e os vagabundos, não têm vez.
Como disse mais no início, adquiri profundo desprezo por tudo que Tarcísio de Freitas vem fazendo na educação tradicional e arrependo-me do meu voto nele, porém, às vezes, nas raras vezes, em que um sujeito desse acerta em alguma coisa, não posso me furtar em lhe dar os parabéns.
Que as Escolas Cívico-Militares se multipliquem e prosperem pelo Estado de São Paulo e por muitas outras unidades da federação, a despeito e em oposição à vontade da esquerda e de Lula.
7 Comentários
Infelizmente, a tendência das escolas cívico-militares é de serem extintas.
ResponderExcluirInfelizmente...
ExcluirEu me formei no Científico em 1968, em plena ditadura militar. De 1964 até aquele ano (que ano!)tive aulas de “Educação Moral e Cívica” depois de “OSPB – Organização Soc ial e Política Brasileira”, duas matéria doutrinadoras que todo mundo odiava, justamente por não servirem para nada no mundo profissional que enfrentaríamos. Eu continuo acreditando que esse tipo de matéria não serve para nada. Apesar disso, defendo a disciplina e medidas punitivas severas para atingi-la. Talvez a presença de militares nas escolas para enquadrar os estudantes possa ser uma boa. Sou também a favor do uso de uniformes “uniformes” (nada de customização). Só acho que querer transformar os estudantes em uma espécie de “Cabo RustY” tupiniquim, em miniaturas de soldados, realmente não está com nada. Em BH existe um colégio em que o uniforme atual tem até quepe (ou bibico), uma exigência para lá de ridícula. O que eu gostaria mesmo é uma valorização e ênfase maior em matérias que um dia poderiam nos fazer ganhar pelo menos um Prêmio Nobel.
ResponderExcluirRapaz, terminou o colegial em 68... como você é velho!
ExcluirEu também tive Educação Moral e Cívica e OSPB, mas não as considero doutrinadoras. A primeira, pelo que lembro, trabalhava os valores morais básicos, lembro de uma professora que usava muito o Pequeno Príncipe nas suas aulas ; a OSPB que eu tive falava da organização política, das incumbências de cada Poder (O Xandão deve ter matado essas aulas). Não havia essa coisa partidária e de palanque que ocorre hoje em dia.
Cabo Rusty... Rapaz, como você é velho.
Rapaz, como sou velho mesmo! As aulas de OSPB eram dadas por um sujeito de terno e com cara de idiota, mas com fama de dedo duro do DOPS. Como eu era um alienado político (até hoje acho que sou), cagava mole para isso, pois não conversava nada com ninguém, não estava nem aí.
ResponderExcluirVi esse vídeo ontem e hoje dou de cara com esse post.
ResponderExcluirhttps://youtu.be/SMqSexDMKlc?feature=shared
Enfim, nossa geração sustenta o país economicamente hoje. Vejamos o que vai acontecer quando for o contrário: nós aposentados, sustentados pela geração Z (de zero à esquerda) ou nem-nem.
Estaremos fodidos. Mais ainda.
ExcluirVou dar uma olhada no link que mandou.