Quem Não tem Pistola, Assalta com... Vibrador

Brasileiro : teu nome é jeitinho! Gambiarra, "gato", quebra-galho, remendo, improviso.
Dei uma rápida pesquisada e é creditada origem lusa ao ditado, quem não tem cão, caça com gato (originalmente, quem não tem cão, caça como gato, ou seja, sozinho), que pode ser considerado a epítome da falta de método e planejamento.

Apesar de lusitana ascendência, duvido que alguma outra nação tenha tão bem acolhido e adotado tal adágio. Incorporado-o ao seu DNA, tornado-o, junto à Bandeira, ao Selo, às Armas e ao Hino, em mais um de seus símbolos nacionais. Declarado-o como parte de seu Patrimônio Cultural Imaterial.

Nada tenho contra o improviso, contra uma certa maleabilidade, uma plasticidade, um jogo de cintura. Pelo contrário, são habilidade e traquejo muito bem-vindos e de boa serventia. Porém, esporadicamente. Em casos pontuais, em situações imprevistas, nas quais, por alguma razão, o plano original tropeçou no acaso e saiu da rota traçada. Mas há de se haver um planejamento. Sempre.

E não, em hipótese alguma, como fez o brasileiro, tornar o improviso em substituto oficial e definitivo a um projeto, a uma ideia pré-concebida. Não como linha de ação e de trabalho e, até mesmo, como filosofia e conduta de vida.
Assim feito, só poderíamos ter chegado mesmo onde hoje nos encontramos : nesse imenso Bostil.
Com 75% dos concluintes do Ensino Médio em condições de meros analfabetos funcionais, com um criminoso de alta periculosidade no comando da nação etc.

Porém, eu nunca tinha visto dantes um exemplo tão extremo, tão desesperado, criativo e cara de pau pra caralho de nossa tão exaltada brasilidade, de nosso jeitinho, do nosso quem não tem cão, caça com gato.

Um homem, a seguir os conselhos e orientações do presidente Lula, para o qual não há nada de mais em se cometer um assalto para tomar lá sua cervejinha, saiu a trabalho e tentou assaltar duas mulheres no bairro Alto Boqueirão, em Curitiba (PR). O meliante abordou a moça, deu-lhes voz de assalto e disse estar armado de um revólver, cujo volume e contornos ele fazia aparecer por sob sua camiseta.

Diante da recusa das vítimas em quererem contribuir com uma distribuição de renda mais justa e igualitária no país, o canalha deu vários golpes em uma delas, que caiu e gritou por socorro.
Os vizinhos acorreram em auxílio às mulheres e qual não foi a surpresa ao ver que o aprendiz de petista estava armado, sim. Não de um revólver. Sim de uma pistola! 9 mm? Porra nenhuma! Uma pistola de, no mínimo, 20 cm!

O vagabundo estava numa penúria tão grande que nem material de trabalho tinha. Tentou assaltar as moças com um consolo, com um vibrador. E de dois canos! Um para frente e outro para a retaguarda!


Quem não tem pistola, caça com vibrador!
Ainda mais enfurecida pela cara de pau do safado, a população iniciou o linchamento, caiu de porrada no filho da puta - no que fizeram muito bem. 
O assaltante foi salvo pela chegada da tropa do 20º Batalhão de Polícia, que o encontrou já severamente machucado e o encaminhou a um hospital.

Foi assaltar com um vibrador e levou o maior cacete! Justiça mais do que poética.

Deveras, as cidades tornaram-se mesmo em verdadeiras selvas de pedra, concreto e asfalto. Estamos de volta ao Velho Oeste, onde a justiça, muitas vezes, por falta de uma justiça real e eficiente, era feita com as próprias mãos. Um velho oeste tupiniquim.
Lá, em terras ianques, eles tem Billy, The Kid. Aqui, nós temos Billy, The Kid Bengala!
Pããããããta que o pariu!!!!

A arma do crime foi apreendida pela polícia e enviada para análise na Central de Flagrantes. Sob os protestos, é claro, de algumas solteironas e de uma bichinha, que a tudo testemunharam com olhos gulosos.

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4 Comentários

  1. Rapaz, que boa lembrança. Sério que nem me ocorreu esse paralelo com o saudoso NP. Teve uma época em que eu passava direto pelo centro, a caminho do trabalho e da faculdade, e sempre gostava de ler as manchetes do NP dependurado num varal naquela banca que fica na esquina da Visconde de Inhaúma com a Duque de Caxias, esquina com o Banco do Brasil. Lembro que o povo se aglomerava para ver a notícia do dia e a gostosa da capa.
    Nunca comprei um exemplar, mas adorava as manchetes, o layout, o grafismo meio mambembe do jornal.
    E por que não deveria ter rido?
    Abraço.

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  2. Danilo Gentili está certo: vivemos numa Gotham City sem Batman.

    Ou pode ser uma realidade alternativa, em que cortaram-lhe um dedo e, desde então, Batman passou a ser leniente (e conivente) com o crime.

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  3. Agora sim. Eu me lembro muito bem do povo vendo o varal dos jornais. Era assim em várias bancas. Conheci algumas pessoas que compravam o jornal e depois me passavam porque jogavam fora. A equipe não poupara o leitor da ironia com o humor, mas eram mestres em dar a notícia de um jeito que todo mundo se identificava. Sua postagem lembrou muito bem o jornal.

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