A cada teu olhar
Que não me encontra
Na esquina,
Na banca de jornais,
Na padaria,
Na madrugada,
Na tua frente, por detrás da fumaça do café,
No sofá, a te fazer cafuné,
Na tua cama, por debaixo de ti,
Mais e mais
A cada chamado da tua voz,
Que não recebe a resposta da minha presença,
Que só tem o eco da minha distância,
Dos meus confins,
Mais e mais
A música se desagrada de mim.
Meus LPs aterram e terraplanam seus sulcos,
Suas curvas de nível,
Minhas fitas cassetes recuperam suas virgindades.
A cada viagem que deixo de fazer
À sua toca do Coelho,
Ao seu Mundo das Maravilhas
(confesso : tenho guardadas todas as passagens que me enviaste)
Mais e mais
Meu sorriso de gato
8 Comentários
Pô, Marreta, isso ficou bom demais!
ResponderExcluirTambém gostei.
ExcluirAgradeçamos à vodka-tônica.
Sempre bom tê-lo por aqui.
ResponderExcluirAbraçaço!
Muito bom, Marreta.
ResponderExcluirO meu problema é que Alice retornou das cinzas, em um momento de poesia sem Alice..
ResponderExcluirProblema? Retornou? E desde quando elas, as Alices, vão verdadeiramente embora?
ExcluirNão sei se é um problema, pensando bem. Mas é filhadaputagem (risos). Agora que eu estava chegando na tão merecerida "zona de conforto"... De fato, nunca vão embora. Essa noite que o diga. Azarão,a realidade, é que preciso de uma consulta no bar. Como estará o próximo fim de semana?
ExcluirNesse fim de semana, provavelmente, iremos para a casa da sogra (melhor, pelo menos, do que ir para a casa do caralho). De qualquer forma, ainda terei que me abster do sacrossanto álcool durante mais duas semanas, devido a uma medicação que estou tomando.
ExcluirMas, sim, marcaremos em breve outra consulta no Bar da Eva. Enquanto isso, vá desfrutando de Alice.
Abraço.