Só Eu Não Vejo o Maestro

Nasci munido
De muitos
E inconfessáveis desejos,
Sarnas incoçáveis na alma.

E sem nenhuma coragem
Para levá-los a cabo,
Aos finalmentes.

Como posso ainda ser ateu?
Como posso acreditar
Ainda
Que não haja nenhum Deus
A orquestrar
E a se divertir
Com tudo isso?

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3 Comentários

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  2. Eu também não vejo, mas gosto de pensar nos efeitos positivos que sua “regência” pode proporcionar. Sabe aqueles momentos em que você, com os cotovelos apoiados na mesa, acomoda a cabeça nas mãos, ou, quando tudo o que quer fazer é deitar cama em posição fetal e se cobrir com um cobertor macio? Pois é, é nesses momentos que o “maestro”pode fazer a diferença, ao tentar promover a harmonia a partir da cacofonia em que sua vida pode estar.

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    1. Nesses momentos - e eu tenho muito deles -, eu também me cubro com um cobertor macio, de preferência deitado aos pés da cama do meu filho, e penso nos meus amigos, nos meu porres e risadas com eles, nas mulheres que tive, principalmente nas que não pude ter; ao invés de ovelhinhas, conto boas e más lembranças. No mais das vezes, isso costuma me confortar.
      Deus? Prefiro deixá-lo de fora. Prefiro não dever favores.

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