Inacabada e lacônica tua,
(teu vulto na neblina, teu fantasma na garoa)
Já me move
A um poema
Imagine
Então
Se eu tivesse acesso
Ao teu cheiro
A esquiar pelo suor
Das tuas orelhas,
Da tua nuca,
Do teu pescoço,
Do teus litorais,
Dos Andes dos teus peitos,
Do Mar da Tranquilidade do teu umbigo,
Das Marianas das tuas intimidades.
Imagine
Então
O que eu não escreveria
Caso eu pudesse enterrar
E encharcar a minha pena
Nas tuas densas tintas nanquim?
Nada.
Provavelmente, nada.
Pois estaria feliz.
(És a minha reserva de melancolia, és o que resta de voz em minha esferográfica tartamuda)
5 Comentários
Amei!
ResponderExcluirObrigado, Maju.
ExcluirAndo a dever mais visitas lá no latíbulo.
"Das Marianas das tuas intimidades."
ResponderExcluirfossa das marianas... Belo verso, Marreta!
Pois é... e quem é que não gosta de uma boa fossa das marianas...
ExcluirNenhuma inveja é sadia, mas às vezes eu sinto uma inveja sadia da sua inspiração. Ficou muuuito bom!
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