Uma coisa para se notar é o bom humor e a malícia das músicas do pessoal do nordeste. Lembro-me de ter visto uma amostra da apresentação de um grupo teatral nordestino e alguém cantava uma música sacana que tinha este verso “você tá, você tá”.
Eu gostava do Genival e de suas músicas ingenuamente maliciosas, só achando estranha a excessiva caricaturização de suas apresentações, com roupas pra lá de bregas e coloridas. Acho que ele fazia muitas concessões para vender seus discos e shows. O ápice disso aconteceu quando ele se apresentou na televisão vestido como um adolescente de periferia: bermuda bem abaixo do joelho e boné com o bico meio de lado ou para trás. Tive muita pena quando o vi assim. Creio que era para divulgar algo como “rock do jegue” ou “forró disco”. Independente de qualquer coisa, foi abatido injusta e prematuramente pelo Corona. Requiescat in pace.
As Boas e Baratas do Azarão. É só clicar na imagem.
AVISO AOS NAVEGANTES
O blog A Marreta do Azarão é uma obra de ficção. Os textos aqui publicados são exercícios de livre-pensamento. Melhor, são tentativas, experimentações de livre-pensamento. Bem-sucedidas, às vezes; malfadadas, quase sempre, como toda e qualquer experimentação, como toda e qualquer tentativa de romper e expandir com o estabelecido. Não querem, de forma alguma, os textos, se fazer passar por fatos, tampouco se colocarem ou se estabelecerem como verdades. São tão somente elocubrações de cunho jocoso, considerações irônicas acerca do comportamento humano. E não há distinção quanto ao tema ou ao assunto tratado, não há nenhum tipo de direcionamento : tudo aqui é posto sob a óptica da ironia; há muito de autoironia, inclusive. A ironia, segundo minha opinião - e você não é obrigado a compartilhar dela, aliás, nem espero que -, é a forma mais libertária de análise e pensamento, é a forma mais isenta de tentar entender a grande piada que é o mundo, e também a nós, seus personagens risíveis, que nos damos alta e indevida importância. Caso você seja um semiletrado, alguém sem grandes intimidades com a caneta, o que estou, basicamente, a dizer é que não há intenção de depreciar ou incitar violência contra quaisquer grupos ou segmentos sociais. Assim posto, se você é submisso à certezas preestabelecidas, se você é servo de convicções engessadas, lacaio de doutrinas pétreas, escravo de pragmatismos e dogmatismos - sejam de que ordem forem, políticos, religiosos, filosóficos, sociais, étnicos, sexuais etc -, seu lugar não é aqui. Há bilhões de outros endereços na internet que podem melhor lhe agradar, você não é obrigado a ficar por aqui. Se você está à procura de fatos e de "verdades" que confirmem e reconfortem sua visão tradicional do mundo, repito, seu lugar não é aqui; dirija-se ao site de algum jornal, ou revista semanal de variedades. Se ainda assim, se apesar deste aviso, deste esclarecimento, alguém se sentir ofendido ou vilipendiado por alguma postagem - o que, garanto, não é meu objetivo, lembre-se que nem lhe conheço -, o blog abre espaço para um direito de resposta, que deverá ser enviado através do campo de comentários do blog, na forma de um texto que conteste, que contradiga, que refute o que por mim foi escrito. O texto, caso o autor assim deseje, será publicado logo abaixo da postagem que o motivou a ser escrito. Artigo 5, inc. IX da Constituição Federal de 1988 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
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3 Comentários
Uma coisa para se notar é o bom humor e a malícia das músicas do pessoal do nordeste. Lembro-me de ter visto uma amostra da apresentação de um grupo teatral nordestino e alguém cantava uma música sacana que tinha este verso “você tá, você tá”.
ResponderExcluirEu gostava do Genival e de suas músicas ingenuamente maliciosas, só achando estranha a excessiva caricaturização de suas apresentações, com roupas pra lá de bregas e coloridas. Acho que ele fazia muitas concessões para vender seus discos e shows. O ápice disso aconteceu quando ele se apresentou na televisão vestido como um adolescente de periferia: bermuda bem abaixo do joelho e boné com o bico meio de lado ou para trás. Tive muita pena quando o vi assim. Creio que era para divulgar algo como “rock do jegue” ou “forró disco”. Independente de qualquer coisa, foi abatido injusta e prematuramente pelo Corona. Requiescat in pace.
Minha avó era fã e tinha vários discos de Genival Lacerda. Cresci ouvindo isso na casa dela, achando ser lixo. Mal sabia eu o que viria pela frente...
ResponderExcluirPois é, meu caro. Às vistas do que hoje aí é mostrado, o velho Geniva, o Senador, era um poeta!
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