Curioso seria se em nosso mundinho egoísta e vil houvesse um pôr do sol que começasse com o nosso primeiro bocejo do dia,
O hálito quente e mórbido das manhãs beijando a fresca vida,
Mais, seria ideal que os dias se findassem quando a poeira do sono pousasse,
Ou tanto melhor,
Pesasse sobre nossas ponderosas cortinas,
Pálpebras ciliadas tão cansadas de varrê-las durante o estafante dia.
No entremeio nada que se preze
E tudo da maior importância relatado na programação televisa,
Nos rádios, nos outdoors - você mesmo - a manchete do dia, "Carlos Eduardo finalmente passou no exame de habilitação"
E anéis saturnianos adornando cicatrizes umbilicais.
5 Comentários
que lindo, cara; isso sim é poesia, que reflexão da porra; depois de um dia exaustivo, ao menos uma leitura agradável.
ResponderExcluirBoa noite!
Agradeçamos à Jota, meu caro.
ResponderExcluirBoa noite.
Que embuste, meus queridíssimos. A poesia pronta em embalagens de macarrão instantâneo, molho pronto, carne, feijão e legumes em conserva. Fazendas de enlatados, latifúndios de florilégios. A gente só anota tudo numa lista e se tiver sorte "pega" pouca fila pra pagar e receber cesta básica como kit sobrevivência no final. Percepções de quem nem queria ver o maquinário ensaiado da vida. Considerações de poesia estática enquanto o STF decide sobre terceirações e consolidacões solúveis. Grata, meninos.
ResponderExcluirFlorilégios? Pãããããta que o pariu! Essa eu tive que ir ao "pai dos burros" : coleção de flores escolhidas. Bonito pra caralho.
ResponderExcluirTenho um poema antigo, que nunca publiquei aqui e que vou revirar meu baú e tentar localizar, cujo título é Flores, mas acho que vou mudar para Florilégios e postar.
E que rufem os tambores.
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