Jota tem uma maneira de selecionar e relacionar as palavras que utiliza, de concatená-las, de entremeá-las, de cosê-las, muito parecida com a minha. De forma que muito do que Jota escreve, eu gostaria e até poderia ter escrito, e o contrário também se faz verdadeiro, Jota poderia muito bem ter escrito um monte das coisas que eu ponho por aqui. É só uma questão de quem teve a ideia primeiro, de quem primeiro a escreveu, é só uma questão de quem acordou mais cedo e entrou primeiro na fila dos indigentes do sopão de letrinhas de Calíope.
Jota aparece agora com sua terceira contribuição para o Marreta, o poema Estrela Cadente. Estrela caída, queimada, carbonizada, feita em cinza fria. Será que ela se inspirou em mim?
Estrela Cadente
Aqui na Terra
Eu sou apenas aquela estrela decadente
Alma vestigial do cometa Sonho morto
Que se desintegra Galáxia adentro
Nebulosa distante
A cintilante anã branca
Buraco negro insistente
O enérgico pulsar cósmico
A fustigada poeira lunar
Sujeito intergaláctico perdido
Astronauta perpétuo estrangeiro
A observar
O pulverizado de estrelas
No contexto sideral
A convenção de constelações
A teimar forças com a enervante gravidade
Satélite não correspondido
No encalço do seu planeta-razão
A elipse etérea que nunca termina.
1 Comentários
Fiquei envaidecida com a comparação e verdade seja dita, sou eu que cobiça o seu talento. Tenho que ressaltar que se o caso for acordar cedo, tá foda pra mim (risos)
ResponderExcluir"J"