Eu escrevi essa em 1992 - época em que eu cavalgava tsunamis de rum - e agora a ponho aqui em reverência ao Tio Ozzy, leitor (quase) assíduo do Marreta e também muito afeito à verdadeira bebida do macho, também membro da confraria do Pirata.
Hoje, navego águas mais calmas, aquários de cerveja, digamos assim, mas navego. Porque é preciso. E necessário.
MARES DE RUM
Embriago,
Me largo,
Transcendo cedo demais.
Furo os ventos, encaro penedos,
Enlouqueço os pontos cardeais :
Sou um pirata singrando em mares de rum.
Me lanço em batalhas,
No mais das vezes, mortais
E não há bucaneiro
Nesse mundo inteiro e sem fim
Que afunde meu navio-fantasma,
Que possa dar cabo de mim :
Sou um pirata singrando em mares de rum.
Estranho, mal-humorado,
Mandando pra prancha os amotinados,
Semblante soturno,
Sou filho do tombadilho,
A cria mais feia de Netuno :
Sou um pirata singrando em mares de rum.
E me deixo à deriva
Por dias e dias
Provoco enjoos no próprio mar,
Irrito as calmarias :
Sou um pirata singrando em mares de rum.
Mas não conheço descanso, refúgio,
Não encontro sossego em canto algum,
Com a cabeça (que já mal pensa) a prêmio,
Sempre perseguido por algum salafrário,
Banido das mais baixas ralés,
Renegado entre os corsários.
Sem calor, paz ou afeto,
Não podendo atracar em porto algum,
Sou um pirata definhando :
Sou um pirata sangrando em mares de rum.
3 Comentários
Muito grato!
ResponderExcluir"MARES DE RUM",sem duvida, é um ótimo arquivo que você tinha na gaveta! Penso até em colocar na minha!
Já, sobre os comentários e o proprio teor alcoolico da postagem.Continuemos a navegar por esses mares.
E como você mesmo já falou.:
Porque é preciso. E necessário.
Yo-ho-ho!E uma garrafa de Rum!
E o tempo voa meu amigo!
ResponderExcluirE a manhã não é mais nossa anfitriã.
Yo-ho-ho!
E (mais) uma garrafa de rum.
Mandei um e-mail no endereço que me forneceu. Chegou?
ExcluirAinda está em Uberlândia?