Ao Anônimo

Há um anônimo que volta e meia faz comentários de minhas postagens. Adoro os anônimos.
Acerca do meu "Pequeno Conto Noturno (5)", ele disparou: "Dá menos aporrinhações e nenhum tesão também... é a lei da compensação???"
Caro anônimo (seja você lá quem for), vamos por partes, como diria o Jack.
"É a lei da compensação?", você pergunta.
Sim. É. Claro que é.
Pense em suas relações, misterioso anônimo, nas profissionais, nas familiares, nas amorosas, nas escusas, nas inconfessáveis, qual delas não se pauta pela lei da compensação? Nenhuma, não é?
Não há incondicionalidade nas relações humanas, deixe de ingenuidade. Ou de burrice.
"Dá menos aporrinhações e nenhum tesão também...", você afirmando algo que eu não escrevi no conto.
Nenhum tesão? Quem disse?
A conversa entre Rubens e Calil é cheia de provocações, sarcasmos, defesas de pontos de vista (ainda que de futilidades, mas o que não é?) e até argumentações físicas, ou seja, é um diálogo repleto de tesão.
Não de tesão sexual, não da parte de Rubens, pelo menos, que conheço bem e é macho de verdade, Calil conheço menos, não ponho a mão no fogo. Deixe de maniqueísmos, de reles dicotomias, caro anônimo. Existem os mais variados tipos e graus de tesão.
Você me parece uma pessoa de visão limitada, tacanha, capaz de entrever um único aspecto de cada questão (isso quando muito), amplie sua visão, amigo anônimo.
Conselho do Azarão: leia os grandes pensadores, os filósofos, procure uma terapia, fume maconha, sei lá.
Devo, antes, confessar a inutilidade do conselho sugerido em minha própria pessoa: comecei a ler os filósofos e não encontrei nada que já não tivesse observado ou deduzido por conta própria; comecei a fazer terapia e também não descobriram nada de mim que eu já não houvesse desbravado; maconha, oficialmente, nunca provei, mas acredito que não me apetecesse.
Sou meu próprio filósofo, próprio bandeirante da minha psiquê e meu próprio THC.
Foi inócuo para mim, mas pode funcionar para você, siga meu conselho.
Abraços, caro anônimo, nos vemos por aí.
(mas nem iremos nos reconhecer... e não é isso que é o legal?)

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