No espaço, as distâncias são redundantemente astronômicas.
Medidas com réguas de anos-luz, que é a distância que a luz, o Ligeirinho do Universo, cobre no período de 365 dias, e corresponde a próximos 9 trilhões dos nossos pobres quilometrozinhos. Uma lâmpada acesa, agora, a um ano-luz, só excitaria nossas retinas daqui a um ano, ocasião em que, inclusive, poderia já estar queimada.
Depois do Sol, a Alfa de Centauro é a estrela mais próxima de nós, míseros 4 anos-luz, uma vizinha de parede, praticamente.
Se ela explodisse e sumisse do céu nesse exato momento, a luz de sua explosão e a sua ausência só nos chegariam daqui a 4 anos, durante 4 anos ainda a veríamos, reluzente.
Dei-me conta, agora, de que é isso que eu sou: uma estrela extinta, que já explodiu.
Já fui bom, muito bom mesmo, sem modéstia nenhuma (até porque a modéstia é um defeito que eu, modestamente, nunca tive).
Já brilhei e gerei muita luz e calor por aí; hoje sou - valhei-me Bandeira - essa pouca cinza fria.
As pessoas, entretanto, continuam a ter, de mim, a mesma imagem de outrora. A esperar e cobrar o que eu era capaz antes. Não sou mais!
O que as pessoas veem (agora é sem acento) são meus últimos fótons emitidos antes de eu explodir - pequenas espaçonaves fugitivas de um Krypton em colapso -, o que elas veem é minha luz residual.
Por quantos anos ainda refletirei essa imagem? Quanto ainda tenho de luz residual? Há quanto, eu próprio não vejo também tão-somente minha luz residual?
Não sei!
Posso ter explodido ontem, mês passado, há 10 anos.
Não me dei conta na ocasião.
Ao olhar para mim, vocês veem, hoje, apenas uma velha fotografia.
("...e velha, tão velha, ficou nossa fotografia.")
Medidas com réguas de anos-luz, que é a distância que a luz, o Ligeirinho do Universo, cobre no período de 365 dias, e corresponde a próximos 9 trilhões dos nossos pobres quilometrozinhos. Uma lâmpada acesa, agora, a um ano-luz, só excitaria nossas retinas daqui a um ano, ocasião em que, inclusive, poderia já estar queimada.
Depois do Sol, a Alfa de Centauro é a estrela mais próxima de nós, míseros 4 anos-luz, uma vizinha de parede, praticamente.
Se ela explodisse e sumisse do céu nesse exato momento, a luz de sua explosão e a sua ausência só nos chegariam daqui a 4 anos, durante 4 anos ainda a veríamos, reluzente.
Dei-me conta, agora, de que é isso que eu sou: uma estrela extinta, que já explodiu.
Já fui bom, muito bom mesmo, sem modéstia nenhuma (até porque a modéstia é um defeito que eu, modestamente, nunca tive).
Já brilhei e gerei muita luz e calor por aí; hoje sou - valhei-me Bandeira - essa pouca cinza fria.
As pessoas, entretanto, continuam a ter, de mim, a mesma imagem de outrora. A esperar e cobrar o que eu era capaz antes. Não sou mais!
O que as pessoas veem (agora é sem acento) são meus últimos fótons emitidos antes de eu explodir - pequenas espaçonaves fugitivas de um Krypton em colapso -, o que elas veem é minha luz residual.
Por quantos anos ainda refletirei essa imagem? Quanto ainda tenho de luz residual? Há quanto, eu próprio não vejo também tão-somente minha luz residual?
Não sei!
Posso ter explodido ontem, mês passado, há 10 anos.
Não me dei conta na ocasião.
Ao olhar para mim, vocês veem, hoje, apenas uma velha fotografia.
("...e velha, tão velha, ficou nossa fotografia.")
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