Pergunto pro meu filho :
- Dói-lhe , quando mastigas, os dentes?
Quando andas, os joelhos e as solas dos pés?
Quando acordas, o dia?
E ele
Como que sem entender
(sem ter como)
Mas querendo não me decepcionar
Ou,
Mais provável e certamente,
Querendo encerrar logo o assunto,
Que ainda não é dele
E que é até crueldade minha querer confrontá-lo com o futuro,
Me diz
Laconicamente e respeitosamente :
- Não.
Vou deitar
(na esperança vã de um bom sono).
Satisfeito,
Quase feliz
(nunca me lancei de paraquedas, de bungee jump, ao abismo da felicidade).
Meu filho está vivo.
Mas a vida ainda
Não se abateu sobre ele.
16 Comentários
Um dia chega...e aprendemos a lidar com a lida que deve ser bem lida para se entender o que ela nos diz.
ResponderExcluirSei bem ler a lida e entendo o que ela diz... só não preciso gostar...E não gosto.
ExcluirCertamente você sabe, o teu e o meu filho, logo, logo, precisarão saber também. Estamos aí para darmos aquela força inicial. E sempre tem um jeito bem interessante de se livrar da lida...
ExcluirAutoextermínio?
ExcluirQuantos anos ele tem?
ResponderExcluir15
Excluir"Mas a vida ainda
ResponderExcluirNão se abateu sobre ele."
Calma, é questão de poucos anos agora.
Abraços
Deveras.
ExcluirInfelizmente.
Azarildo... Um poema, meio crítica, meio pensamento, meio bem escrito, meio despontuado.
ResponderExcluirAcho que você devia estar sobre o efeito de uns gorós, quando escreveu.
Até me inspirou a escrever um texto. Vou pensar se escrevo.
Acho legal que você e o Dudualdo brigam nos comentários de vez em quando. Kkkkkkkkkkkkk.
Vocês são um barato!
Sob o efeito de uns gorós?
ExcluirDe vários gorós!
Kkkkk
Percebi a despontuação quando fui digitá-lo, mas optei por manter a escrita original.
Escreva, sim, o texto. Acho que será interessante.
Abraço.
"É pólen para eles"
ResponderExcluirÉ paina para eles. Mal sentem o peso.
ExcluirO melhor tranquilizante, o melhor antidepressivo é a ignorância, pode acreditar. Deixe que seu filho descubra por si mesmo a barra da Vida. Spoiler nesse caso só traz sofrimento e angústia. No início do blog você já me chamou de coach de envelhecimento e eu fiquei feliz com isso. Hoje eu chamaria o Compadre Washington para te responder: "sabe de nada, inocente!" Em tempo: você continua escrevendo muito bem.
ResponderExcluirSem dúvida, a ignorância é o melhor remédio para todos os males e aflições da alma.
ExcluirPancada do caralho, vou até partilhar. É foda eu tentar falar sobre o meu filho sem ficar soando como um "pai coruja" aumentando as coisas que ele faz, mas o menino é muito desafiador e criativo, tenho um profundo medo que ele perca isso na adolescência e fase adulta. Tento dar todo o apoio que eu queria ter recebido para a minha criatividade quando eu tinha a idade dele, ele aprende as coisas quase como se fosse um andróide, abre um YouTube e transforma em um tipo de barsa onde ele consegue ir entendendo e decodificando o mundo. Acho que vale a pena repostar lá no Ozymandias, gostei bastante aí do desenho, mesmo que aos poucos, você tá se rendendo a I.A como um assistente.
ResponderExcluirTodas as vezes que seu filho disser ou fizer algo que te surpreenda, anote. Um dia você e ele poderão ler o que disse ou fez e provavelmente rirão e acharão legal. Guarde essas lembranças pois elas são o testemunho do desenvolvimento de seu filho.
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