Nunca Foi Tão Barato Ficar de Pau Duro!

Focando-me cada vez mais no meu público da velha guarda, do velho que pouco, ou há muito tempo não "guarda", deixarei aqui e agora uma preciosíssima dica para um gozoso fim de semana geriátrico.
Atravessando, pela hora do almoço, o hediondo "Calçadão" de Ribeirão Preto, com a temperatura a bater nos 40º C, um cartaz (que, hoje, o povão chama de banner) à porta de uma farmácia com as ofertas do dia me chamou a atenção. Lá estava : genérico do Viagra 50 mg do laboratório Sandoz, 1 caixa com dois comprimidos por R$ 15,49; levando 4, cada caixa sai por R$ 5,29.
Pããããããta que o pariu!!!! Uma caixa por quinze reais e quatro por vinte! Oito viagras por vinte reais! Uma noite inteira de pau duro por R$ 2,50. Nunca foi tão barato ficar de pau duro! E se o velhinho tomar metade do comprimido ao invés dele inteiro - o que dizem que já é o suficiente -, a folia no asilo sai ainda mais em conta : R$ 1,25 por uma foda bem dada.
Eu não fazia ideia de que esse tipo de medicamento tinha barateado tanto. Tá mais barato que aspirina. Remédio pra cabeça do pau tá mais barato que pra dor de cabeça!
O que vem a esclarecer muito da mudança de hábitos e de comportamento do pessoal da terceira idade que venho notando há algum tempo.
Pelo menos por aqui na cidade, de uns tempos pra cá, houve uma proliferação de casas noturnas destinadas ao público que já entrou no programa Minha Cova, Minha Pós-Vida, os chamados bailões da terceira idade, os famosos "desmanches". 
Estarão os velhos mais sociais e sociáveis? Porra nenhuma. O viagra barato é a explicação para esse "boom" da balada senil. A mulher idosa, a velha, até sai só para dançar, só para conversar com as amigas, mas o velho? O macho antigo das antigas? De jeito maneira! Se for pra sair só pra dançar, o velho fica em casa vendo filme de caubói (menos O Segredo de Brokeback Mountain) e do Charles Bronson e tomando cerveja Antarctica, que é cerveja de pedreiro. Velho só sai pra dançar se for pra ficar de pau duro durante o bate-coxa, só se for para melar a cueca a cada contradança. Velho de pau mole fica em casa; de pau duro, sai pra dançar.
Outra : a caminho do trabalho, logo pela manhã, passo por uma praça de onde, uma ou duas vezes por mês, saem ônibus de excursão para a terceira idade levando a velharada para Aparecida do Norte, Caldas Novas e outras localidades que tais. Até não muito tempo, noventa por cento ou mais das pessoas que eu via esperando ou embarcando eram mulheres, velhinhas; hoje, a proporção de velhos e velhas está bem equiparada, praticamente meio a meio. 
A explicação? De novo, o viagra barato! A velhinha até viaja para conhecer novos lugares, para tirar foto com as amigas, para comprar lembrancinhas para a parentada. O velhinho, não. O velho tá cagando e andando para conhecer novos lugares, para ver novas paisagens, tá cagando pra selfie, tá pouco se lixando pra esquentar a bunda em águas termais, ou para ver a imagem da padroeira. Se for só para isso, o velho fica em casa, vai tomar rabo de galo com amendoim no buteco, vai jogar truco e dominó com os amigos. Com o viagra barato, porém, o velhinho toma um antes de embarcar e já vai ganhando um boquete no caminho. Pãããããããta que o pariu!!!!!
Eu mesmo, que, longe de ser hoje - é bem verdade - aquela fortaleza de paudurescência do passado, ainda dou pro gasto, ainda dou conta do básico, ainda faço direitinho aquele feijão com arroz sem mistura, me senti tentado a adquirir, confrontado a preço tão módico, o Santo Graal Azul da picadurice.
Resisti, porém.
Mas não sei, não... Se na semana que vem, quando eu passar de novo pela porta da farmácia, a oferta ainda esiver de pé, creio que também eu passarei o fim de semana próximo de pé.

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8 Comentários

  1. kkk, conta a verdade, você comprou umas oito caixas, kkkkkkkkk

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    1. Não, não comprei, não. A sua mãe falou que eu ainda não tô precisando.

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  2. Caguei de rir (no sentido figurado, pois ainda consigo controlar o esfíncter) do "minha cova, minha pós vida". E o viagra genérico, pois é... Muito engraçado o texto.

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    1. Eu tinha certeza de que você ia apreciar o Minha Cova, Minha Pós-Vida, acho que é um pouco o seu estilo.
      Mas só cá entre nós : já experimentaste?

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    2. Ora, ora, Marreta! Isso lá é pergunta que se faça a um senhor respeitável e idoso, perto dos setenta anos? É claro que já, centenas de vezes! Como diz a Marina, só vou te contar um segredo: à medida que envelheci, a ereção foi perdendo inclinação, como se mudasse a “saudação”. A continência batida (sem trocadilhos) na juventude foi aos poucos se transformando em uma “saudação nazista”, ao ficar perpendicular ao corpo. Atualmente, já fica querendo olhar para o chão. E onde entra o citrato de sildenafila na história? Quando você vai a uma festa, é natural que queira causar boa impressão. E o Viagra é a roupa de festa, pois não há nada mais broxante que um pau com cara de desanimado. Ou seja, o comprimido azul é a carta de alforria, entende? Ele não muda o ângulo, mas evita uma broxada. Mas tem uma coisa: só funciona se existir excitação, tesão. Sem isso, já era. O efeito dura umas cinco horas e demora de meia a uma hora para começar. E NUNCA utilize se tomar algum remédio à base de nitrato. Parece que é potencialmente fatal essa mistura.
      Para finalizar, um comentário: faça bom uso e divirta-se. Mas, se sua parceira não estiver interessada, você ficará na mão (quase sem trocadilho).

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    3. Rapaz, a Pfizer deveria incluir esse seu comentário na bula do Viagra!
      Se você tiver a Netflix, tem um filme bem engraçado envolvendo o azulzinho, Holy Water - Água Benta. Quatro caras fracassados de uma cidadezinha da Irlanda resolvem roubar um caminhão com uma carga de viagra para vender. Perseguidos pela polícia, jogam os tambores com o viagra no poço de água que abastece a cidade, um dos tambores bate numa pedra, se rompe e o viagra vai pra água. Todo mundo na cidadezinha fica louco de vontade de trepar, a cidade vira estância turística etc.
      E a "J" continua, vez em quando, dando as caras por aqui. Coincidente à sua pergunta, ou não, comentou na postagem do Aniversário do Marreta.

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  3. O velho Bepim não tinha o Viagra. Mas tinha as fórmulas mágicas das garrafadas. Ou...”quem não tem colírio usa óculos escuro”.
    Leitinho

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    1. Pois é, o Bepim era o rei das garrafadas e da putada da Vila Tibério!
      Nâo deixou a receita pra ninguém. Nem pros filhos nem para nós, os netos.
      Deve estar queimando no inferno por isso. Tomando Antarctica quente e de olho no cu do capeta! Que o Bepim não era fácil, não.

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