"Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o  processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá  muito mais — por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar  deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa  jogada na cadeira, uma fotografia — qualquer coisa que depois de muito  tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do  que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido"
(O Inventário do Ir-remediável) 
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