Minhas panturrilhas rangem.
Passadas de, outrora, léguas
Nem meio metro mais abrangem,
O sol me prega no pavimento mal asfaltado.
Perco carnes e peso,
Perco carnes e peso,
Sou cada vez menos leve.
Gradativamente a cabeça é maior fardo,
A cada dia, mais inconsistente
A vida se pinta,
Em lábios de solo rachado de açude seco,
Em caras de cal extinta.
Atolo na multidão,
Atolo na multidão,
Suas vozes emplastam em mim
Como suor meloso que não arreda.
Quero explodir,
Criar clareira atômica em meu redor:
E não consigo.
E não consigo.
Não respiro.
Arfo.
Arfo.
Inspiro amoladas facas,
Expiro perfurantes garfos,
O ar só traz debilidade e más notícias.
E menos,
Cada vez menos, suporto as pessoas.
1 Comentários
* * * * *
ResponderExcluirPS: a vantagem da minha profissão são as horas vagas.
"J"