Se Eu Quiser Beber Com Deus

Mais um episódio do canal As Boas e Baratas do Azarão. Com título e conteúdo motivados pela música Se Eu Quiser falar com Deus, do bom baiano Gilberto Gil.
Uma música belíssima, aliás. Porém, julgo eu, mal-interpretada pela grande maioria, que a considera bela por pensar que ela seja uma ode a Deus, um louvor ao Todo-Poderoso. Pelo contrário, considero eu. Avalio que seja o justo oposto, uma crítica ácida à relação da humanidade com Deus e, sobretudo, com as religiões, mais ainda o nefando cristianismo.

Vejamos alguns versos da letra da canção : "Se eu quiser falar com Deus, tenho que aceitar a dor, tenho que virar um cão, tenho que lamber o chão dos palácios, tenho que comer o pão que o diabo amassou, tenho que ser tristonho, parecer medonho, e apesar de um mal tamanho, alegrar meu coração".
Pãããããããta que o pariu!!!! Que desgraceira!!!!

Mas o Gil está certo. As diretrizes e os fundamentos do cristianismo são mesmo esses, o sofrimento, o martírio, a submissão e a culpa. E entre mil fatores, esse é um dos que sempre mais me incomodou na doutrina do Nazareno, que a redenção ou, sei lá, a salvação da alma, que o seja, só possa passar pelo sofrimento, pela privação do prazer. É uma religião de louco. Mas só loucos mesmo é que têm religião.

Estava eu, sábado de madrugada, tomando quase a última, ouvindo pela internet uma dessas rádios que só tocam MPB e me aparece o Gil. Na hora, pensei, e se eu quiser beber com Deus? 

E saiu o vídeo lá no canal. No qual, eu falo do meu ateísmo congênito, da minha relação com a igreja na infância, do período em que estudei em colégio de padres (não, nenhum padre me comeu ou chupetou minha rola) e de como fiquei sabendo que era ateu, condição que portava sem dela ter consciência.
Tudo isso, é claro, entornando uma boa cerveja, a Bamboa, já avaliada e comentada lá no As Boas e Baratas do Azarão.

Agora, é só abrir uma gelada, clicar na figura de Deus abaixo e ser redirecionado para o canal.

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