A Copa da Minha Vida

Neymar Jr. nunca jogou para nenhum time. Sempre jogou para si. Muito menos pela seleção brasileira. Para Neymar, a frustrada (de novo) conquista do Hexa, longe de ser uma conquista nacional, do povo brasileiro - como já disse demagogicamente Pelé, um dia - serviria apenas de trampolim, de mais uma vitrine para mais uma conquista pessoal do jogador, a Bola de Ouro da Fifa de Melhor Jogador do Mundo. 
A impressão que o Neymar me passa é a de que ele está sempre fazendo um favor, uma caridade,  quando joga na seleção brasileira, e que todos os outros jogadores e os milhões de torcedores deveriam se sentir abençoados por tê-lo com a camisa amarela. Se o menino mimado Neymarzinho, o perninha de moça, tivesse feito o favor de ganhar a Copa para o Brasil, além de ser condecorado como herói nacional deste país de analfabetos - comenda para a qual ele estaria cagando e andando -, a FIFA não teria como lhe negar a Bola de Ouro, o verdadeiro prêmio perseguido por ele. A taça da Copa da Rússia, caso ela viesse a repousar em mãos brasileiras, ficaria em segundo plano na estante de troféus do Neymarzinho, pegando poeira; ocuparia o lugar de honra, o dos holofotes, a Bola de Ouro da Fifa com o seu nome. 
Mas se fuderam, a seleção brasileira, o povão débil mental, a imprensa esportiva babadora de ovo e o Neymarzinho. Esqueceram-se todos de que Neymarzinho não é mais um jogador de futebol. É um outdoor de chuteiras, um outdoor de si mesmo e de seus patrocinadores. Neymarzinho é a Gisele Bündchen da Nike.
Esqueceram-se todos de que Neymarzinho não é um jogador de futebol, é uma celebridade de araque que faz furor entre os adolescentes retardados e alienados das redes sociais. Neymarzinho está mais preocupado com o corte do cabelo do que ensaiar táticas e jogadas. Neymarzinho trabalha com muito mais afinco para abastecer seus perfis das redes sociais com fotos de suas farras, festas e propagandas do que se esforça nos treinos coletivos da seleção.
Somados os tempos de queda dos cinco jogos da seleção, Neymarzinho passou mais de 15 minutos caído nos gramados, tentando cavar faltas, simulando contusões. Tornou-se a figura mais ridícula deste mundial. Acontece que, na Europa, o nosso tão autocultuado "jeitinho brasileiro", a nossa malandragem, a nossa esperteza, tem outros nomes : deslealdade, safadeza, imoralidade.
Por isso, torci contra a seleção canarinho. Mais até do que o Neymarzinho, é o "jeitinho brasileiro" que não podia sagrar-se campeão dessa Copa. Nunca, em toda a minha vida, tinha vibrado nem dado um grito sequer por conta de um gol marcado ou perdido, quem me conhece sabe que não gosto de futebol, que nunca torci pra nenhum time, mas me surpreendi gritando gol e vibrando entusiasmado com o segundo gol da Bélgica. Gritei, mesmo. Um grito solitário no silêncio da ausência dos rojões. Um grito delicioso.
Da copa de 2014, ficou para o povão a ilusão de que a derrota frente a Alemanha se deu pela ausência de Neymarzinho no fatídico 7 a 1, afastado por uma contusão na coluna. Pois essa ilusão se acabou. Neyzmarzinho estava em perfeitas condições físicas desta vez, no auge de sua forma. E não valeu de porra nenhuma.
Neymarzinho fez pose, mudou o corte de cabelo, chorou. Só não jogou bola. Neymarzinho fracassou. Neymarzinho foi desmascarado. Revelou-se uma fraude.
A melhor Copa da minha vida.
Adorei!
E aí, torcida brasileira? Depois desta, será que aprenderam? Porra nenhuma que aprenderam. Daqui a quatro anos, todo mundo de novo lá, incensando este sujeito.

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6 Comentários

  1. Sabe por que ele caiu tanto e jogou pouco (estou chutando, pois não vejo futebol)? Porque estava pensando mais no quarto que na copa.

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  2. "Povão débil mental". é isso mesmo. Perco tempo com muitas besteiras na vida. Admito. Mas não com futebol. E o pior é que a pecha de povão dêbil mental, cannalha e desordeiro serve para muitos em todas camadas sociais.
    Em 2022 recomeça esta imundície.

    Cássio - Recife/PE.

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    1. Sem dúvida, meu caro, a tal paixão pelo futebol atinge todas as classes sociais e "intelectuais" do país. Só para citar um exemplo, dia desses, acho que no canal Globonews, escutei a jornalista Eliane Cantanhêde, uma excelente comentarista e articulista econômica e política, uma mulher inteligentíssima, coerente e coesa, defender e justificar as canalhices do Neymar.
      O futebol não é paixão, é doença, genética, de nascença, incurável.
      abraço.

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  3. Melhor comentário sobre a COPA 2018. Neymar é um produto midiatico, um engodo futebolistico. Seu futuro deverá ser entrar em combustão espontânea e desaparecer do noticiário para sempre.

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    1. Que sejam proféticas as suas palavras.
      Obrigado pelo comentário.

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    2. Obrigado a voce pelo excelente texto. Tens o dom com as palavras. Escreva mais, escreva sempre.

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