Aos Bêbados e aos Pecadores (Ou : a minha solidariedade a Zé Mayer, William Waack e Kevin Spacey)

O politicamente correto - a ditadura do pensamento, a patrulha ideológica da canalha da esquerda, os justiceiros sociais, sempre prontos e ávidos a tacar um processo em quem pense diferente deles e lavar suas honras ofendidas com uma graninha, com o vil metal, a tirar dinheiro de quem trabalha honestamente - tem atingido e ultrapassado as raias do absurdo e do surreal - que o digam Zé Mayer, William Waack e Kevin Spacey, esses injustiçados pelos justiceiros sociais, pelos desocupados que ficam o dia inteiro com um cabo de internet conectado aos respectivos cus.
Agora, no País de Gales - mais que um reduto tradicional de manguaceiros, um verdadeiro destino turístico mundial da bebedeira -, o politicamente correto faz novas vítimas, o bebuns, os pés de cana.
Na cidade de Cardiff, um convênio entre a polícia local e as lojas de bebida da rede SPAR está a causar estranheza na população etílica nativa, a produzir uma imagem, no mínimo, inusitada, surreal. O sujeito entra numa loja de bebidas e tem que passar pelo teste do bafômetro se quiser comprar goró, se quiser se embrigar. Se já estiver bêbado, nada feito. A venda da bebida lhe é negada. Bebum aqui não, meu amigo. E o sujeito é enxotado do estabelecimento. Ou seja, para o politicamente correto, até para beber, pra entornar o caneco, pra encher a cara, pra enfiar o pé na jaca, o sujeito tem que provar que está sóbrio.
A empresa justifica o procedimento, na voz de um de seus gerentes ao tabloide The Sun : "a fim de impedir que bêbados continuem bebendo, não podemos nos furtar à nossa responsabilidade social."
Responsabilidade social é o caralho! Responsabilidade social de uma loja de bebidas é bem servir ao seu público, é continuar a abastecer o bebum. Além do quê, um bêbado satisfeito causa muito menos problemas que um sóbrio amargurado. Impedir bêbados de continuarem a beber? O cara entra na loja, faz o teste do bafômetro e vem o veredicto : o senhor está bêbado, ponha-se daqui pra fora!
Calma, leitores do Marreta, que a moda ainda não pegou por aqui, mas, certamente, não tardará em. Mas pããããta que o pariu!!! Um bêbado não poder comprar bebidas? E quem as comprará? Um asceta? Um abstêmio? O pessoal do A.A? O Jotabê? 
Extrapolemos essa decisão abusiva, preconceituosa e discriminatória para outros setores.
O cara entra na farmácia e pede um antibiótico. O farmacêutico, olha-o, examina-o, e diz : volte quando estiver são, não vendemos remédios para doentes.
O cara entra num restaurante e pede um prato feito, aquele com arroz, feijão, torresmo e um zóião por cima. O garçon o olha e diz : volte quando já tiver comido, não servimos pessoas com fome nesse estabelecimento.
O cara estaciona no posto de combustíveis e pede ao frentista que encha o tanque do carro. O frentista olha para o cara e diz : volte quando o tanque estiver cheio, não abastecemos carros com tanque na reserva aqui.
O cara vai a uma igreja, entra no confessionário e diz : padre, me perdoe porque pequei. O padre olha o cara através da treliça e diz : meu filho, volte aqui quando estiver puro de ações e com a alma e a consciência em paz, não atendemos a pecadores.
O cara vai até à zona e pede uma menina pra subir pro quarto, a cafetina olha pra ele e diz : mostra o pau. Se o cara estiver de pau duro, fudeu, ou melhor, não fudeu, não fuderá. A cafetina o olha e diz : não atendemos a pervertidos aqui, volte quando o tesão tiver acabado.
Pãããããããta que o pariu!!!
Que merda!!!!
Tudo o que a humanidade levou milênios para erigir, às custas de muita guerra, sangue, conquistas, genocídios e, sobretudo, muita putaria e libidinagem, o viado do politicamente correto fará ruir em poucas décadas. Não é a barbárie que levará a humanidade à extinção. É o politicamente correto. É o fraco. O invejoso. O incapaz inconformado com o talento do outro. É a viadagem.
Uma salva de 21 tiros de canhão em honra aos bêbados, aos enfermos do corpo e da alma, aos famintos, aos tarados e, claro, a Zé Mayer, William Waack e Kevin Spacey. 

Aos pecadores, de forma geral.

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2 Comentários

  1. Se o Zé Mayer tivesse assediado a sua mulher vc não estaria homenageando ele agora

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    Respostas
    1. Caberia a ela aceitar ou resistir ao assédio dele.
      Todos e todas somos livres para aceitar ou repelir o assédio.
      E você acredita mesmo em assédio nos dias de hoje? O que há é a boa e velha conveniência, uma troca tácita de favores. As aspirantes a atriz, as pobres e indefesas chapeuzinhos vermelhos, se "submetem" ao assédio do canalha lobo mau, conseguem seus papéis e, quando estão numa posição mais estável, dão uma de Madalenas arrependidas e denunciam. Deram a troco de emprego, gozaram juntos e depois querem dar de puritanas.
      E por que tanta indignação com minha postagem? Já te assediaram? Já comeram seu cu e não cumpriram com o prometido?

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