Sinto-me, de possibilidades,
Ereto e obeso.
Costurado nesse franzino corpo
E nessa cabeça quadrada,
Só me liberta, ilusoriamente, o copo,
Meu voo no cercado de minha sacada.
E ao manter-me uno,
E ao manter-me uno,
Me puno,
Estrangulo vidas,
Engulo meu tesão e me escravizo,
Aborto mundos, afogo civilizações,
Represo, em meu útero,
Todas as minhas células de sorriso.
Exibo-me uma galeria de vilões.
Todo dia a mesma assinatura,
Todo dia a mesma assinatura,
Toda a vida a mesma digital,
Toda a noite a mesma sinecura,
Toda a noite me pego em um funeral:
Velo e pranteio por cada espermatozoide que poderia ter sido eu.
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