Doces Quereres, Amargos Não Poderes

Eu já quis ter
Os poderes :
De um kryptoniano,
De um sobrevivente de uma Hiroshima de bomba gama,
De um atormentado deus das tormentas,
De uma picada de uma aranha irradiada
De um pico de soro do supersoldado;
 
Já quis o poder que não está escrito nem desenhado em nenhum gibi,
O de penetrar sem licença
(sabendo-a tácita)
A tua fenda dimensional 
E fecundarmos um novo universo de maravilhas,
Uma nova linha temporal,
Uma oficial realidade paralela.
 
Porém :
Nasci sob um Sol Amarelo
(de anemia, de icterícia, de amarelão);
Exposto e bombardeado, fui apenas a e por traques e estalinhos de São João;
De um deus iracundo dos relâmpagos, só carrego o tormento de um ateu desprovido do guarda-chuva e do para-raios da fé;
Picado, apenas pelo rock das aranhas
(uma em cima, outra embaixo, e a cobra perguntando, onde é que eu me encaixo?);
Soro, só o fisiológico com glicose e plasil na veia, para aguentar o batente e não ser descontado de um dia de pseudotrabalho;
 
Adentrar a tua fenda dimensional, o teu triângulo sem bermudas, sem calcinhas,
Fundarmos novas realidades,
Novos calendários e ampulhetas,
Nem mais em sonhos,
Nem mais em eclipses da Lua Cheia,
Nem mais em masturbações. 
 

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3 Comentários

  1. Sua poesia virou música. Ah, Ah! Te mando "lá".

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    1. Rapaz, jamais imaginei que eu fosse ter um parceiro musical um dia!
      Sullivan (você) e Massadas (eu). Mas no meu caso é Maçadas, com ç, mesmo.

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  2. Mandou bem, Marreta! Ficou bem legal.

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