(e eu não sei precisar há quanto tempo, parece-me, mesmo, às vezes, quase sempre, que ocorrera em outra era geológica, que se dera com outra pessoa),
Mas antes
(garanto-vos)
Quando eu invernava
Pela madrugada
(vodka-tônica na mão, Nelson Gonçalves no toca-fitas)
Me circundavam
Me rodeavam
Dançavam ciranda em volta de mim
Os pirilampos
As mariposas do Adoniran
As estrelas cadentes
As musas.
Hoje
Quando o fastio, o enfado e o spleen
Disfarçados de cansaço e de sono
Disfarçados de "coisas da vida"
Concedem-em um indulto
E eu volto a me atrever pela madrugada
Me circunda
Me rodeia
Me abraça
Baila um tango triste comigo
Apenas o zero absoluto
Da existência.
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