Há tempos - sei de confiável fonte interna -, uma rede de supermercados em cuja uma das unidades costumo me abastecer tem dado larga preferência a pessoas de 35, 40 anos para cima na composição de seus quadros funcionais.
O motivo? A abjeta Geração Z, crias malparidas vindas a furo para o mundo entre os anos de 1997 e 2010, pessoas que têm atualmente de 15 a 28 anos de idade e, portanto, em sua grande maioria, aptas a atuarem no mercado de trabalho, a fazerem parte da população economicamente ativa do país.
Só que não - como dizem hoje em dia. Aptas é o meu caralho mole e torto! Ineptos, isso sim. Da medula à alma.
Nunca antes o mercado de trabalho se deparou e teve de lidar com uma geração mais cozida e marinada na preguiça e na lerdeza mental, na falta de iniciativa, de expediente, de vontade. São chamados também, os Zs, de geração nem-nem : nem estudam nem trabalham. E quando se metem a tal é de costume que falhem miseravelmente.
Supõem-se que só uma outra geração possa superar a Z em falta de compromisso, de responsabilidade, de conduta e em indolência, inapetência e apatia : a geração Alpha (sim, acabaram as letras do alfabeto romano), os nascidos a partir de 2010.
Pãããããta que o pariu!!! Que Deus proteja a humanidade! Nem que seja a parte dela que Nele crê. Mas não. Não só Deus não dá a mínima para a humanidade como digo mais : Ele está por detrás desta intragável sopa de letrinhas. Ou acham mesmo que a Geração Z - e agora também a Alpha - não sejam versões modernas das dez pragas do Egito?
Os Zs são totalmente sem noção de mundo. Ou com muita, vai saber. Talvez tenham nascido com um novo tipo de percepção da realidade, percepção que, acredito, possa ser facilmente readequada, bastando que os seus digníssimos genitores cortem as suas mesadas, parem de bancar as suas vidas fáceis, os seus dolces far niente.
Já escutei alguns ingênuos e desavisados a dizer que essa "inadequação" dos Zs ao mercado de trabalho só será resolvida se o mercado de trabalho se adequar a eles. Se passar a lhes oferecer melhores salários, melhores condições de trabalho, mais incentivos e benefícios e outras pataquadas. Ou seja, se o mundo continuar a lhes mimarem feito seus inconsequentes pais.
Esses mesmos ingênuos e desavisados dizem que os Zs não são preguiçosos, dizem que apenas rejeitam um modelo de trabalho dentro do qual viram seus pais se esforçando a vida toda e nada conseguindo de bons frutos.
Querem, os Zs, já em início de carreira, terem salários milionários e serem, logo de cara, diretores ou gerentes da empresa. Ora, vão tomar nos respectivos cus. Não sabem fazer o Ó com o cu e querem cargo de CEO? Para a maioria dos Zs que conheço, e desgraçadamente conheço muitos, salário mínimo já é vencimento de marajá colloriano.
O mercado lhes oferecer melhores salários se quiser atraí-los? O caralho que isso vai acontecer. O caralho! Os empresários, industriais etc vão é colocar a IA em seus empreendimentos e fim de papo. E mais uma geração de encostados, de esmoleiros de "benefícios sociais" está a ser forjada. Sustentada por nossos impostos.
Sustentada pelos da geração X (1965 - 1980), pelos da Y (1981 - 1996) e até pelos últimos remanescentes dos Baby Boomers (1946 - 1964), pois o que tem de filhos trintões e quarentões vivendo às custas da aposentadoria dos pais não está escrito em nenhum gibi. Mas não duraremos para sempre.
Seja o que for e como for, o fato é que a grande maioria dos Zs são peças que não se encaixam na máquina atual. Ficam frouxas, não giram direito, emperram o mecanismo.
Há cerca de uns dois ou três anos, numa de minhas incursões ao mercado, acabei por ter uma conversa sobre isso com o gerente da loja, de quem sou velho conhecido, ainda dos tempos de faculdade. Relatou-me ser quase que impraticável lidar com essa molecada de hoje. Se em algum dia da semana - e pode ser em qualquer dia, mesmo -, por exemplo, ocorrer algum evento "importante" na cidade, um rodeio, um show de sertanejo universitário ou qualquer similar que atraia o populacho aos magotes, uma coisa é certeza : no dia seguinte, eles faltarão em massa ao trabalho.
Mais : é comum que saiam para almoçar e, ao invés de cumprirem com a regulamentar uma hora de almoço, retornam daí a duas, três horas. E sem darem nenhum tipo de satisfação, como se nada houvesse acontecido, como se estivesse tudo nos conformes.
Outra : se corrigidos e convocados a refazerem uma tarefa cujas orientações não cumpriram de acordo, muitas vezes dão as costas e deixam seus superiores falando sozinho, como se dissessem, olha aí, eu fiz do meu jeito, se estiver bom, beleza, senão, beleza também.
Uma última : fazia poucos dias, na ocasião dessa nossa conversa, que ele demitira um estoquista. Depois de tê-lo pego, já pela terceira vez, a dormir no estoque, a puxar uma paia.
Além do quê, não sabem conversar, não sabem tratar com a clientela.
Daí a lógica preferência atual da rede por pessoas mais velhas. Assim, é cada vez mais comum a presença de senhoras e senhores nos setores dos frios, do hortifruti, da padaria e nas caixas registradoras; sobretudo nestas últimas, que lidam com a questão do dinheiro, do famoso faz-me-rir.
Então, ontem, mais ao fim da tarde, ao passar pelo mercado à cata de ofertas de cervejas já a mirar o feriadão, tive uma ligeira surpresa ao ser atendido por uma operadora de caixa novinha, vinte, vinte e dois anos, se muito. Bonita, educada, bem articulada, coisa rara entre os seus geracionais.
Deu-me boa tarde e perguntou se eu queria colocar o CPF na compra. Explico. No caso dessa rede de mercados, inserir o número do CPF na compra pode ter dois propósitos.
O primeiro, participar do tal programa Nota Fiscal Paulista; você aderindo a ele, garante que o lojista não vai sonegar os impostos embutidos no valor da compra, você assegura que tudo vá para os cofres do tio Tarcísio. Em troca, recebe lá uns dividendos, umas merrequinhas de porra nenhuma. Ou seja : você trabalha como fiscal para o Estado a troco de praticamente nada. Nunca aderi ao Nota Paulista.
O segundo, e que tem se tornado prática comum entre os supermercados, participar de um programa de descontos e créditos virtuais da rede. Optando pelo cadastro do CPF neste programa, você tem pequenos descontos em alguns produtos estipulados diariamente pelo mercado e acumula também créditos, uma espécie de moeda virtual lá deles, que pode ser trocada por mercadorias também estipuladas pelo mercado a qualquer momento.
Sim, respondi à moça, quero pôr o CPF para o programa de descontos e crédito. Após a digitação e confirmação do CPF, sempre surge na tela do caixa uma mensagem mais ou menos assim : "Olá, Fulano de Tal, você tem X créditos acumulados, quer trocá-los pelas mercadorias disponíveis na data de hoje, ou prefere deixá-los acumulados?". O caixa tecla a opção do cliente e a compra segue.
No caso desse mercado, o CPF cadastrado é o da minha esposa. Logo, apareceu : "Olá, Fulana de Tal, etc etc etc".
Notei um certo estranhamento da moça diante da mensagem. Vacilou por um milissegundo, tirou os olhos da tela, mirou-os em mim e perguntou : "Você é a Fulana de Tal?"
Pãããããta que o pariu!!!!
Não resisti : "É o meu nome social".
Ah! - ela devolveu. Como quem quer dizer, assim sim, tudo bem, então. Ou, pelo menos, pareceu-me que ela quis dizer isso.
Pãããããããta que o pariu!!!! Acreditem : ela acreditou!
Vade retro, Geração Z!!!!
Eu, com nome social? Eu, um véio, um macho das antigas de quase 60 anos, rústico, mais grosso que cano de passar bosta e com uma barba de morador de rua, de homem das cavernas, usando um nome social?
Prazer, meu nome é Piteco, mas prefiro (exijo, aliás) que me chamem de Thuga.
De novo : pãããããããta que o pariu!!!!
Mais tarde, pensei : será que ela sabia o que é um nome social?
10 Comentários
Não duvide. Tenho um colega na capital de seu Estado que virou Elu após os 45 anos. Mas não tirou a barba. É maior que a sua e ele usa batom. Nos encontramos em Teresina e ele me chegou com calça masculina e blusa feminina. E de batom no meio da pentelhada na cara. A moça está antenada com essas coisas.
ResponderExcluirBarba e batom? Elu?
ExcluirPãããããta....
Quanto à geração Z, temos sim os preguiçosos. Mas sou um dos ingênuos: eles têm um pouco de razão. Ninguém terá mais nada trabalhando honestamente a troco de salário mínimo. Apts caros, carro popular a 100 mil reais etc.
ResponderExcluirMelhor jogar a toalha. O sistema vai ruir e todos nos ferraremos.
Ninguém tá nem aí pra nada
ResponderExcluirBom, eu tô. Eu tenho que estar. Se não trabalho, não como, não visto, não moro.
ExcluirNum mundo em que o/a "influencer" ganha dinheiro sem fazer porra nenhuma, só precisando ser visto ou seguido por um caralhão de idiotas, tudo é possível.
ResponderExcluirSim, e como é possível!!!! Até mesmo o partido mais corrupto e ladrão da história da humanidade estar em seu quinto mandato, praticamente consecutivo.
Excluir"Puta que pariu, velho!", diria um grande amigo.
ResponderExcluir1) Geração Z não quer criar vínculos como relacionamentos e empregos estáveis. Mas espera herdar bens dos pais da geração X e baby boomers.
https://www.falandodegestao.com.br/geracao-z-espera-heranca-mas-baby-boomers-nao-querem-deixar-nada-aponta-estudo/
2) A culpa do elevado índice de desemprego seria dos diplomas inúteis ou dos inúteis que os portam?
https://www.infomoney.com.br/business/global/milhoes-da-genz-estao-desempregados-e-culpa-pode-ser-dos-diplomas-inuteis/
3) E por fim, mais um causo que aconteceu comigo. Recentemente, o curso no qual leciono atingiu nota 4 no ENADE. Choveram e-mails de contentamento, parabenizando a coordenação pelo excelente trabalho. Eis que um ex-coordenador solta a máxima: "Devemos dar menos sermões e preparar melhor as aulas, buscando cativar o interesse do aluno."
Sim, deu vontade de mandar o dito colega pra puta que o pariu.
Vou conferir os links que enviou. Valeu.
ExcluirCara, essa conversinha mole de cativar o interesse do aluno é de cagar, dá vontade de esgoelar o sujeito mesmo.
Claro que há emprego de sobra pois a maioria da geração z e y não querem trabalhar e ainda defendem o fim da jornada 6/1. Onde trabalho quando abre uma vaga as vezes demora 2 meses pra encontrar alguém. Antes disso a maioria dos candidatos desistem na primeira semana, dizendo que não é o que procuravam.
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