Com quem você jogaria roleta-russa?
Com seu pior e mais mortal inimigo
(que sempre lhe obrigou a reinventar-se, a aprimorar-se, a superar os seus limites para sobreviver a ele)
Ou com o amor da sua vida, o mais doce e terno
Na têmpora de qual deles
Você gostaria que o cão da arma
Se encontrasse com câmera
Preenchida do tambor?
De quem você sentiria mais falta?
Por qual morte você mais carpiria
E vestiria mais pesado, prolongado e chuvoso luto?
Que morte tornaria sua vida mais insuportável ainda,
Mais desprovida de motivação e de sentido, que já lhe são tão poucos?
Que morte
(a do seu mais odiado inimigo, a do seu mais odiento algoz,
Ou a do seu amor eterno, a da sua xifópaga alma)
Levaria você,
No auge de uma bebedeira de whisky barato
Sentado ao meio-fio de uma esquina de um mal-afamado bar de meninas,
A implorar
E a desafiar a Morte para uma roleta-russa?
5 Comentários
Sair de casa pra qualquer coisa no Bostil é sempre uma roleta russa!
ResponderExcluirA racionalização impõe que se fizesse isso com o pior inimigo (se "racionalização pode ser usada em uma maluquice dessa). Qual a razão para se arriscar a perder para sempre o amor de sua vida? E, mesmo não tendo nada com isso, aproveito para dizer que o neologismo Bostil é de uma vulgaridade insuportável.
ResponderExcluirEssa história do Demolidor com o Mercenário é excelente.
ResponderExcluirLembrei de O Franco Atirador, com os vietnamitas apostando com os prisioneiros na roleta-russa.
ResponderExcluirRapaz, eis uma boa sugestão de filme para eu rever.
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