Não Há Elegância na Decadência

Saudade
Das tuas Luas
Gêmeas, sáficas, plenas e túrgidas.
 
Saudade 
Da tua letra
Púrpura, adestrada em cadernos de caligrafia, plena e túrgida. 

Saudade
Da tua lira
Que me deixava pleno e túrgido : púrpura.
 
Mas estou velho,
Oh, meu dia de Colombina,
Sofro do equilíbrio
(de todos eles)
Sofro do labirinto
(sou Dédalo autoenclasurado, que rasgou a planta baixa e cortou o cordão umbilical do Fio de Ariadne).
 
E passear
Falar, olhar, cheirar, rir, rever Alice no País das Maravilhas,
Tomar um café com você
É zombar do desfiado da corda bamba
É caçoar do abismo nietzschiano com bordas de vagina dentata.
 
Sou velho.
Sofro do equilíbrio
(Cambaleio)
Sofro do labirinto
(murcha, enruga-se e despetalá-se a minha Rosa dos Ventos).
 
Sofro do que sinto.
Do que (con) sinto,
(Res) sinto,
(Ab) sinto.  

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