Mesmo
os mais céticos, os mais amargos, os mais enchouriçadores - feito eu,
esse velho rato de redação -, devemos admitir : no quesito Presidente da
República, estamos muito a melhorar.
Como
evidência concreta do que afirmo, a foto abaixo, na qual a presidente
Dilma, ao lado de Ronaldo Fenômeno, o embaixador da travecada
brasileira, assina uma bola de futebol - será um exemplar da Brazuca, a
bola oficial da Copa 2014?
O
autógrafo da gorduchinha na gorduchinha (grande Osmar Santos) foi parte
do evento de inauguração do estádio Beira Rio, em Porto Alegre, em
20/02. A imprescíndivel obra - muito mais urgente que novas escolas e
novos
hospitais - custou aos nossos puídos bolsos a bagatela de R$ 330
milhões.
Uma
vez que já estão resolvidos todos os problemas econômicos e sociais da
nação, a presidente Dilma dedica-se, ultimamente, a isso : às
inaugurações dos estádios-sede da Copa 2014, e a assinar bolas de
futbeol.
Sim,
estamos muito a melhor no quesito Presidente da República. Dilma sabe
assinar, ao menos. E se fosse ainda Lula a liderar o gigante pela
própria natureza, o impávido colosso?
Não
tenhamos dúvidas : ao invés de uma rubrica, com uma digital do polegar,
molhado em tinta de carimbo, a Brazuca teria sido estampada. E
agradeçamos. Ao fato de Lula ter perdido o dedo mínimo no torno
mecânico, e não o polegar.
Tivesse
sido, a vítima da cruel máquina de produção capitalista, o dedo
opositor, teríamos tido, durante 8 anos, um presidente da república
analfabeto; decepou-lhe, no entanto, o selvagem patrão burguês, o dedo
mínimo - tivemos um companheiro presidente apenas semianalfabeto.
Que sorte a nossa!
Aliás
: o termo brazuca, que venceu com 77,8% das preferências, em um votação
feita pela internet, as outras duas opções de nome para a bola da copa,
Bossa Nova e Carnavalesca, é um sinônimo de brasileiro, um sinônimo
pejorativo, depreciativo, surgido em Portugal, uma espécie de "piada de
brasileiro" lá deles. O sufixo “uca”, o mesmo de mixuruca, deixa isso
claro. Brazuca é o brasileiro mixuruca, o malandro, o brasileiro do
jeitinho. E agora, uma vez que a bola da Copa foi batizada com ele e uma
vez que, desgraçadamente, somos o país do futebol, o termo brazuca
passou oficialmente a fazer parte da nossa identidade nacional. E por
escolha da maioria dos brasileiros. O brasileiro faz piadas dos
portugueses, e os portugueses não se agradam delas; o português faz
piadas dos brasileiros, e nós, imediatamente, as incorporamos, nos
reconhecemos nela. Quem é mesmo o burro dessa história?
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