Prisão de Bolsonaro é Injustiça que Corrói, por Fábio Wajngarten

O Brasil está prestes a assistir à maior injustiça política de sua história: a prisão do ex-presidente da República.

Dói constatar que um homem honesto, com mais de 40 anos de carreira política irretocável, passe a conviver com criminosos de toda a ordem. É uma injustiça que corrói os corações de milhões de brasileiros que o veem como um verdadeiro mito.
Logo ele, um político que jamais foi acusado de corrupção, será encarcerado enquanto alguns outros ocupam cargos importantes na República brasileira, apesar de condenações por conta de desvio de bilhões de reais de estatais, dos cofres públicos.
Quanta injustiça!
Afinal, como se pode condenar um ex-presidente da República a 27 anos e três meses por supostamente ter planejado um golpe de Estado sem nenhuma prova concreta, cabal e irrefutável? Uma simples análise factual, desprovida de paixão, é devastadora. Como acreditar que um presidente da República —sentado na cadeira principal do país— queira se perpetuar no poder se nomeia novos ministros militares a pedido do candidato que o derrotou nas urnas?
Como imaginar que esse mesmo presidente pediu aos caminhoneiros —que o apoiavam em novembro de 2022— para liberarem as rodovias do país e, assim, impediu o caos no abastecimento de produtos? Não deveria ser o contrário? Ele não deveria estimular a greve dos caminheiros e a obstrução das estradas para criar o "clima" que justificasse um golpe (como, aliás, ocorreu no Chile em 1973)?
Não só isso. Esse mesmo presidente da República decidiu ir para os Estados Unidos e ficar longe do cenário político da formação do novo governo. Não queria tumulto, bate-boca ou alimentar intermináveis discussões sobre a legitimidade das eleições. Preferiu a distância e se preservar do ritual de passagem da faixa presidencial —o que é um direito dele, por mais que se questione.
 
Mais espantoso ainda é vinculá-lo aos atos de baderna do 8 de Janeiro! Não só ele não estava no Brasil como quase que imediatamente repudiou os protestos por seu caráter violento e agressivo contra os Poderes da República. Mas, ironicamente, isso não conta.
Nos autos do volumoso processo contra Bolsonaro e mais seis réus —a quase totalidade militares de alta patente— não se encontra um documento sequer oficial da Presidência da República, com sua assinatura, determinando qualquer ação conspiratória. Nenhum!
É evidente que o julgamento da 1ª Turma da Suprema Corte do país foi político. Sem provas, optaram por condená-lo e a seis auxiliares pela suposta tentativa de golpe; sem armas, sem canhões e sem soldados na rua. Apenas uma baderna coletiva, semelhante às que o PT e a esquerda promoveram na Esplanada dos Ministérios nas últimas décadas.
A prisão domiciliar em que se encontra nos dias de hoje tem origem em suas falas, em sua retórica eleitoral de palanques nos eventos de 7 de Setembro, que nem de perto permitiriam uma condenação de 27 anos. Em cima de um trio elétrico em São Paulo, o homem calejado, o político ofendido de maneira vil pelos esquerdistas, desabafava e atendia aos apelos do seu eleitorado.
Dessa postura a prendê-lo e condená-lo a quase três décadas é um acinte ao Estado democrático de Direito. Encarcerá-lo num presídio de segurança máxima é mais uma vendeta pessoal do que o respeito às leis e à Constituição. Aos 70 anos, o ex-presidente da República marcha para um verdadeiro calvário político e pessoal inimaginável para quem comandou um Brasil sem corrupção.
Um homem idoso que ainda sofre as graves sequelas da covarde facada de Juiz de Fora (MG) e que ainda hoje os esquerdopatas inventam que não existiu. A Justiça tem sempre de seguir o que a Constituição prevê e ninguém pode estar acima dela, nem mesmo um ex-presidente da República —e, menos ainda, os seus guardiões.
Vê-lo sendo espezinhado, escorraçado, perseguido politicamente, sendo objeto de retaliações judiciais incompreensíveis à luz da Constituição, dói. É uma dor que corrói não só nossos corações como os de toda a sociedade brasileira, que vê um dos seus maiores líderes do país passar por tudo isso. A Justiça e a história vão reconhecer, cedo ou tarde, essa brutal injustiça.

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