Não Somos Nós : Só Vontades

Não sou eu que te olho
(por detrás do colossal ficus da praça, da prateleira de cervejas do mercado, da montanha mais alta da Terra do Nunca) :
É a minha vontade de te ver.

Não és tu que vejo 
(absorta no trânsito, a patinar distraída por sobre o gelo fino da tua sanidade, a brincar de ventriloquia com tua sombra) :
É a vontade de que fosses tu.
 

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