Tempore Mortis

Quando um paciente,
Um ex-vivente,
Depois de anos a respirar e a pulsar por aparelhos,
A mijar e a cagar por sondas e canaletas,
Depois de safras e mais safras em estado vegetativo,
Finalmente,
Obtém o perdão de seu bondoso Deus
E é agraciado com a morte cerebral,
Chamam o dr. House para atestar o seu óbito
E sua passagem é publicada no Diário Oficial.

Quando decretar, então,
A bem da verossimilhança, da isonomia e da piedade,
A morte de um blog
Que há anos é mantido vivo 
Apenas pelo hábito e pelo vício?
Que emana apenas a luz débil do velório de estrelas há muito extintas e exumadas de seus buracos negros?
Quando chamar o dr. House
Para desligar o roteador e o wifi
E registrar a hora da morte de um blog
Que,
Hoje,
Constatei,
Acaba de sofrer morte cerebral?
Que só recebe as visitas das enfermeiras e dos faxineiros de plantão?

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8 Comentários

  1. Sem essa de arrumar as malas. Sei como é essa sensação, eu também fico me repetindo à exaustão (...), mas, de alguma forma, acho que precisamos disso. E sempre podemos ver a coisa por outro lado: na verdade, nós não nos repetimos, temos um estilo próprio!

    The End é o caralho!!! Nem ouse. Disse que só eu e a J é quem comentamos aqui e lhe damos, ainda, alguma espécie de ânimo. (...) Sigamos (...) claudicantes e maltrapilhos, mas sigamos.

    Preciso colocar entre aspas? Quer que desenhe? Dr. House, Morte cerebral é a puta que pariu! Pode parar com essas frescuras.

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    1. Claudicantes e maltrapilhos... gostei pra caralho!!!
      Sim, você, o JB, e a J, me dão alguma espécie (sabe-se lá qual) de ânimo, mais a J, se é que você me entende.
      Um conselho (a não ser seguido) : por que nao usa esse discurso puto e inflamado nas postagens do Blogson?
      Não nos repetimos, temos um estilo próprio... adorei... é a melhor desculpa que já ouvi para a originalidade perdida.
      Grande, grandissíssimo abraço, JB. Ainda vamos tomar um porre juntos.

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    2. Não sei se percebeu, mas essas palavras foram ditas (escritas) por você mesmo (daí o "preciso colocar entre aspas?") em duas das várias vezes em que pensei em chutar o blog, ou melhor, o balde. Foram palavras de alento que me ajudaram a continuar com a "solidão ampliada". Resolvi (meio de sacanagem) usá-las como comentário meu (e, na verdade, são mesmo). Para isso, retirei os trechos em que era fácil identificar a origem. Deu um trabalhão do caralho sair pesquisando às cegas os comentários, pois não me lembrava em quais posts estavam. Então, as palavras a mim dirigidas são suas! (só as duas frases iniciais e o "puta que pariu" são meus). Se eu usasse esse tom inflamado no Blogson eu estaria cometendo plágio, mesmo comungando (epa!) o pensamento expresso. Para finalizar: deixe de viadagem!

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    3. Pããããta que o pariu!!! É verdade, fui eu quem as escreveu! Por isso, gostei tanto delas!!! é foda.
      Mas não, não vou parar com o Marreta, não. Acho que nem conseguiria.

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  2. Eu particularmente acho que nem toda faxina é ruim
    https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTKvFudO4fzALUYzvIUpQt5AMdP8DJpyDX9yFzEdKHrRjOLkLe6

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  3. https://3.bp.blogspot.com/-TRmnpG3VUAo/T--efUrMJNI/AAAAAAAALiQ/sc103G8-1ts/s640/Melhor-faxineira.gif

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  4. Ô meu garoto...nao jogue mais essa pá de terra em minhas andanças pela net. Todos que vêm aqui precisam dos seus textos cheios de humor e muito críticos diretos na veia. Cordial abraço e bom fim de semana!

    Cássio - Recife/PE

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    1. Fique tranquilo, meu amigo, não vou parar, não, é que, às vezes, as ideias para os tais textos que citou rareiam e dá vontade de abandonar, mas não, não vou, não.
      Vou dar uma sumida por esses dias (se der ainda publico mais alguma coisa hoje), uma viagem nesse feriadão, mas semana que vem estou de volta.
      Obrigado mais uma vez por ler o Marreta.
      Grande abraço!

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