Instantâneos De Um Remoto e Saudoso Passado (14)

Ah, saudades... Dos tempos em que os substantivos eram exatos, em que podiam nomear, sem medo, os seres aos quais se referiam. Ah, saudades... Dos tempos em que os adjetivos eram espelhos fidedignos do que qualificavam, dos tempos em que não podiam ser processados por revelar a verdadeira natureza e particularidades do substantivo ao qual serviam de apêndice.
Saudades dos tempos em que podíamos dar nomes aos bois. Saudades dos tempos em que bandido era adjetivado de bandido. Saudades dos tempos em que o politicamente correto não havia ainda silenciado as opiniões, calado os espelhos, castrado a gramática.
Saudades dos tempos em que os direitos humanos não eram extensivos e aplicáveis às bestas feras, dos tempos em que bandido bom era mesmo bandido morto. E não feito em celebridade das redes sociais. Saudades dos tempos em que os policiais davam um "sumiço" na bandidagem. E não posavam felizes ao lado do filho da puta para uma selfie.
Alguém consegue imaginar uma manchete dessa hoje em dia? Iriam presos o dono do jornal, o editor, o repórter, o fotógrafo, o revisor, o motorista do caminhão que distribuiu o jornal para as bancas e o jornaleiro. Todo mundo iria preso. Menos o bandido. Menos o vagabundo.

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2 Comentários

  1. Tô lembrando agora da foto do Moro com o Aécio... Ah! Os bons tempos.
    "J"

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  2. É aí Sr marreta, o espírito natalino tocará seu coração e fará boas ações, como doações aos mais necessitados?
    Contamos com sua ajuda para um mundo melhor

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