É a Podridão, Meu Velho (12)

É quando
As folhas das sete-copas
São almas penadas invernais
Amarelas
Vermelho-roxas
Marrons
Fantasmas descarnados de clorofila.

É quando
Os abraço sepultos
(e nunca visitados no Dia de Finados, para os quais nunca foram levados crisântemos)
Se espreguiçam
E abandonam
- miasmas brotados do esterco, fogos-fátuos sem luz -
As gavetas fechadas
As cartas empacotadas e amarradas com barbante
Os diários cifrados :
Deixam o quarto e a casa desabitada.

É quando
O que dói
É não reviver os velhos sofrimentos,
É quando
Não são as lembranças que doem :
Sim, a amnésia.
Isso sem dizer
Dos tendões,
Dos dentes,
Do baço...

Postar um comentário

0 Comentários