Vírgulas e Varizes

“Droga!, mais dois.”, diz ela,
 Indignada, da sala. 
Perdida a vasculhar, a mapear 
- Sherlock de lupa em punho – 
Suas pernas à cata de quase invisíveis capilares arrebentados.

Resmungo algo em tom de resposta, 
Alheio, da cozinha. 
Perdido, emaranhado em vírgulas 
- Como gato num novelo de lã - 
Que insistem em negar o ritmo adequado ao meu texto.

Ela reclama do automatismo indiferente de minha resposta, 
Clama por um pouco de atenção; 
Reclamo da sua desfaçatez em cortar meu raciocínio, 
Clamo por um pouco de esquecimento. 
Calamos, ambos!

Ela, 
Aflita em drenar os regatos azuis-venosos de suas pernas; 
Eu, 
Exasperado em assegurar o imaculado de meu texto.

Qual dos dois é o mais fútil? 
Qual de nós, o mais vaidoso?

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6 Comentários

  1. Grande Marreta! (um dos filhos conseguiu reabilitar a internet) Não há futilidade na vaidade de se buscar o melhor.
    A propósito das vírgulas, quando mal colocadas, têm quase o efeito (simbólico) de uma ressaca. Sempre sou arremessado contra as pedras do estilo por causa dessas sobrancelhas. Texto muito legal.

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  2. Rapaz, pode nem parecer, mas eu, às vezes, também apanho bastante delas.
    Qual era o problema do seu computador?

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    1. Não faço a menor ideia! E pior é que o filho da puta já travou de novo. Creio que o melhor é formatar o bicho. JB

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    2. Ou comprar outro

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    3. também pensei em dar a mesma sugestão ao JB, mas quem sou eu pra aconselhá-lo a comprar outro, eu que uso ainda o windows XP?

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    4. Eu entendo, é que o senhor é um mão de vaca da peste, deve ter um computador movido a manivela.

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