Marchinhas do Azarão

Não gosto de carnaval. Nunca gostei. E nem tenho aquela saudade do que não vivi, dos antigos carnavais, que os mais velhos dizem que eram folguedos familiares, inocentes, repletos de pureza. Não sou ingênuo a ponto de crer que os antigos carnavais eram singelos e cândidos tributos a Momo.
Carnaval sempre foi putaria, sempre foi bebedeira e devassidão - o que, muitas vezes, me suscita uma pergunta de foro íntimo : por que é que nunca gostei deles? Mas o fato é que não. Porém, sempre gostei de dois elementos dos carnavais de outrora : as máscaras e as marchinhas. Máscaras e marchinhas são exatamente a mesma coisa : máscaras. As primeiras escondiam a identidade do folião, dando-lhe o superpoder do anonimato, da  invisibilidade; as segundas cantavam, decantavam e retratavam o ambiente orgiástico do carnaval de forma idílica e bucólica, as marchinhas eram as verdadeiras máscaras do carnaval, são elas que fazem muitos ter saudade de um carnaval ingênuo, que nunca existiu.
Gosto das marchinhas. Gosto pra caralho. Baixei há tempos uma coletânea com mais de 200 marchinhas e, nos carnavais, ao fim da noite, vou pra sacada com meu canecão de cerveja, meu toca-CD e boto lá as marchinhas. Postarei algumas aqui no Marreta durante esses dias.
Como escapei de ir para a casa da sogra nesse carnaval, a primeira marchinha será justamente em homenagem ao essa figura folclórica, a sogra.
Coração de Jacaré
(Carlos Gonzaga)
Trocaram o coração da minha sogra
Puseram o coração do jacaré

Sabe o que aconteceu?
A velha se mandou
E o jacaré morreu!
A velha se mandou
E o jacaré morreu!

Ê-e-e-e
Coitado do Jacaré!
Ê-e-e-e
Coitado do Jacaré! 
Para ouvir a marchinha, é só clicar aqui, no meu poderoso MARRETÃO 
Se alguém quiser baixar o pacote de marchinhas, é só clicar aqui, no meu viril MARRETÃO 
E uma Colombina gostosa, claro. Porque ninguém é de ferro e, enfim, é carnaval.

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7 Comentários

  1. Antes eram as máscaras, hoje são os blogs que as pessoas usam para manterem o anonimato.
    Não foi na casa da sogra, então está sozinho em casa? Quero ir aí e ser a sua colombina. Me passa seu endereço, marreta?
    Aline

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    1. Não, não estou sozinho, Aline. Agradeço por demais a oferta, mas ela chegou uns 15 anos atrasada.
      E vai pular, menina!

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  2. É estranho que um ateu que gosta de beber cerveja não goste de carnaval, enquanto que um católico abstêmio goste. Bizarro! Bom, pelo menos o gosto pelas marchinhas é igual. Jotabê

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  3. Sim meu velho, é carnaval. E como dizia uma faixa que vi num bloco outro dia, "Se organizar direitinho todo mundo transa." Leitinho.

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    1. Foi como disse o português convidado para um bacanal, depois de quase uma hora na putaria : - Ora, pois, vamos organizar essa suruba, que até agora eu só tomei no cu!

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  4. Você só esqueceu de dizer que o português era você, marreta.
    Marchinha é coisa de velhos, da época que se tampava refrigerante com rolha.
    Você é um octagenario, marreta.

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    1. Eu vou é enfiar uma rolha no seu cu! Sei que você preferiria uma rola, mas não vou lhe dar esse prazer!!!

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