Atentado a Bomba ao Instituto Lula : O Riocentro do PT?

Os comunas do nosso Brasil varonil, a malta vermelha que hoje é majoritariamente representada pelos do PT, nunca foram inimigos verdadeiros dos militares, nunca opositores de fato do regime militar.
Vermelhoides e verdes-oliva divergiam, sim, quanto à ideologia que professavam, em seu blá-blá-blá-blá, em sua conversa para boi dormir, mas nunca existiu divergência alguma quanto ao objetivo pretendido por ambos, a tomada antidemocrática do poder, nem divergência quanto à forma de mantê-lo, repressão e truculência.
Vermelhoides e verdes-oliva nunca foram rivais por pretenderem dar diferentes rumos e destinos à nação, eram simplesmente cachorros raivosos brigando desesperadamente pelo mesmo osso, e com igual intenção de o que fazer com ele.
Engana-se quem ainda se deixa levar pela conversa mole dos comunistas de que eles, lá na década de 1960, opunham-se ao regime militar por um país livre e democrático. Porra nenhuma. Os comunas morriam era de inveja do militares, queriam ter exatamente o poder que eles possuíam e que deles emanava. Nunca foi intenção dos comunas depor os militares para aqui instalar uma democracia, uma Suíça tupiniquim; queriam simplesmente substituí-los na tirania, queriam acabar com a ditadura militar para instalar uma ditadura comunista, a chamada ditadura do proletariado, aos moldes de Cuba e China. Nesse aspecto, ter evitado a cubanização do Brasil, agradeço à intervenção militar.
Por isso, repito : os comunistas nunca foram inimigos de fato dos militares, sim inimigos de ocasião. A rivalidade nunca se deu por diferenças de princípios ou de escrúpulos, mas justamente pela coincidência deles.
Inevitável : inimigos que se odeiam, mas que têm objetivos comuns, acabam por, secretamente, desenvolver certa simpatia e admiração pelo outro, acabam por se espelhar no sucesso do outro, por aprender com ele, por absorver suas táticas e estratégias.
Na sexta-feira passada (31/07), um atentado a bomba foi perpetrado contra o Instituto Lula, na cidade de São Paulo. Uma bomba caseira foi jogada de dentro de um carro e deu uma chamuscada na porta da garagem do prédio, sem baixas nem maiores danos estruturais. Como se quem jogou a bomba não quisesse realmente causar reais avarias ao prédio, como se nutrisse até certo apreço e consideração pelo que bombardeou, uma espécie de risco calculado, de um pequeno mal que se torne em um grande bem, como se confiasse que o maior poder de seu traque, de seu estalinho de salão, fosse o sentido político a ele posteriormente atribuído e não o seu real poder de concussão.
 
Avarias causadas pela bomba; à esquerda, vista externa, à direita, vista interna.

A direita, os coxinhas, a elite branca - acusarão aos gritos, às raias de um orgasmo bolchevique, os militantes da esquerda. Aí, eu me pergunto, por que a direita atentaria de forma terrorista contra o PT e sua figura maior, o sapo barbudo Lula?
O ato terrorista, o autêntico, sem querer de forma alguma justificá-lo, é um pouco que o último recurso do fraco frente ao onipotente, muitas vezes sua única forma de resistência - agir nas sombras, à covardia -, e não ação do poderoso.
Politicamente falando, ninguém se mostra atualmente mais fraco e vacilante que o governo petista; e ninguém, mais fortalecidas que as lideranças da direita, PMDB e PSDB. A direita atentar de forma terrorista contra a esquerda? O forte agir pelas costas do fraco? Chutar cachorro (quase) morto?
Impossível não traçar instantâneo e estreito paralelo com o Atentado ao Riocentro.
Em 1981, o regime militar estava mais pra lá do que pra cá, mal das pernas que só ele, em seus estertores finais. Uma ala mais moderada dos militares dera início a um lento, porém, gradual processo de abertura política e redemocratização - acho até que nem eram militares mais moderados, eram mais inteligentes e estavam cansados, apesar de ser uma de suas funções, segurar essa bucha de canhão que é o Brasil; moderados é o cacete, eles estavam é querendo se livrar dessa encrenca, mas enfim...
Então, em 30 de abril de 1981, uma ala mais radical dos militares planejou o atentado a bomba ao Pavilhão do Riocentro, local onde aconteceu um show comemorativo ao Dia do Trabalho. A ideia era jogar duas bombas nos geradores de energia, promover um apagão, acabar com a alegria do proletariado, instalar o pânico, imputar a autoria a grupos terroristas de esquerda e, assim, justificar uma nova onda de repressão aos comunas, barrar o processo de abertura política e revigorar o regime militar.
Uma das bombas até chegou a ser jogada, mas não causou o efeito esperado, deu xabu. A segunda bomba explodiu eficiente e magnificamente, porém, antes da hora, antes de ser lançada. Explodiu dentro do carro em que era transportada pelo sargento Guliherme do Rosário e pelo capitão Wilson Dias Machado. Explodiu no colo do sargento, em cima de suas bolas. O carro, um Puma GT, um dos ícones automobilísticos da década de 70 e 80, foi pro saco, deu perda total; o sargento morreu e o capitão, hoje coronel e educador no Colégio Militar de Brasília, passa muito bem e obrigado.
Os militares tentaram ainda colocar a culpa nos comunas, mas a história não colou e o atentado, ao contrário de fortalecer o regime, só serviu para intensificar sua queda.
Hoje, quem está mais pra lá do que pra cá, mal das pernas pra caralho, em seus esgares finais, é o governo do PT. Será essa bomba chinfrim um simulacro do atentado ao Riocentro para que à direita seja atribuída a culpa e o comuna possa encarnar o papel que melhor representa, o de vítima? Terá um militante de esquerda - a mando de partidos ou em ação solitária e quixotesca - lançado a bomba para mostrar que a direita não dorme nem descansa, que a elite branca está prestes a cravar de novo (isso lá na visão deles) seus dentes na jugular do pobre povo brasileiro, e conclamar a população à necessidade de um novo mandato de Lula? Ou terá sido tão somente um cidadão descontente com o preço da cebola e do álcool combustível? Pode ainda ter sido mesmo a direita a lançar a tal bomba com a intenção de que pensem que foi alguém da esquerda com o objetivo de botar a culpa na direita, mas aí já é conspiração demais para o meu gosto.
Claro que não posso e nem estou a afirmar nada, nem que tenha sido a direita nem que tenha sido a esquerda. Mas que posso desconfiar, fazer conjecturas, isso eu posso.

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1 Comentários

  1. Vc tocou no ponto certo O José Dirceu levantou o punho fechado ao ser preso. Só faltou gritar no passaran. O traque que jogaram serve para desviar a atenção da lavajato e conquistar simpatia. Se quisesem explodir pra valer era só chamar os cara que arromba caixa eletronico

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