Indicador de Buceta

Em química - corrija-me, Leitinho, se cometo algum equívoco ou esquecimento -, os indicadores são substâncias, geralmente ácidos ou bases fracos, que guardam a propriedade de mudar de coloração conforme as condições e características físico-químicas do meio em que são adicionados. Na presença ou em alta concentração de certa espécie química, o indicador assume uma cor, na ausência ou em baixa concentração da mesma, outra. Ou seja, como o próprio nome afiança, eles indicam, via cor, a ocorrência, ou não, de uma substância que esteja sendo o objeto de investigação e análise em um meio.
Apesar de terem confiabilidade apenas qualitativa, são patentes as suas vastas utilizações e importância no mundo da química, uma vez que práticos, baratos, de fácil uso e interpretação de seus resultados.
Os mais famosos são os indicadores ácido-base; entre eles, o tornassol, vermelho em meios ácidos e azul em soluções nas quais as hidroxilas reinam absolutas. Também a fenolftaleína, incolor em pHs inferiores a 10 e de um vermelho vivo, cor de carmim (feito o abajur da música Menina Veneno - sim, leitor, não é abajur cor de carne, é cor de carmim), a partir de 10,5, 11; além do quê, excelente laxante, a fenolftaleína, outrora usada na formulação do clássico Lacto-purga. Ainda o azul de bromotimol, que em pHs levemente ácidos - que podem indicar, por exemplo, grandes concentrações de CO2 e, portanto, servir para o controle da qualidade da água de ambientes aquáticos - abandona a cor que lhe batiza e assume coloração amarelada. Há também indicadores para verificar a presença de certos nutrientes, como, por exemplo, a tintura de iodo, que, em contato com amido, troca sua sóbria roupagem marrom por exuberante veste azul-escura. Em suma, a família dos indicadores é das mais vastas e úteis dentro da química.
E um indicador de buceta? Alguém já imaginou? Não digo um indicador que sinalize se o objeto de estudo em questão é uma buceta, um cu, uma rola etc etc. Mas um que indique, digamos assim, as condições de lazer e de usufruto da perseguida. As condições de balneabilidade da praia e, principalmente, se ela está livre de doenças venéreas, chamadas hoje de DSTs (doenças sexualmente transmissíveis). Venérea é termo muito mais bonito, uma vez que remete à Vênus, deusa romana do amor, dando a entender que tal doença é um castigo de uma deusa irada, talvez traída ou desprezada por um incauto humano, uma deusa de TPM; DST remete a ambulatório de posto de saúde público. Não tenho certeza, mas trocar doença venérea por DST deve ter a ver com o escroto politicamente correto, que adora mudar o nome das coisas, mas que nada faz para elas mudem efetivamente. DST... como se o pau também não apodrecesse e caísse.
Confesso que nunca pensei, nem em meus tempos de eterno graduando em química, num indicador de buceta, num indicador que atestasse a qualidade da buceta e lhe conferisse o selo ISO 9000.
Mas três estudantes ingleses, da Academia Isaac Newton, de Illford, participantes do prêmio TeenTech de melhor inovação para a saúde, sim. Eles desenvolveram um conceito de um preservativo que muda de cor quando uma doença venérea for detectada durante uma relação.
O produto, chamado de S.T.Eye (um trocadilho lá deles para estar de olho em doenças sexuais), caso produzido, seria revestido por uma camada de moléculas capazes de se ligarem a diversos vírus e bactérias causadores das doenças venéreas mais comuns. Para cada agente infeccioso, uma cor a identificá-lo : verde, clamídia; roxa, papilomavírus humano; amarela, herpes; azul, sífilis.
O indicador de buceta ainda não existe - o prêmio TeenTech laureia ideias e conceitos - e nem sei se é possível levar a cabo sua execução com a tecnologia atual, mas achei a ideia das mais inspiradas e originais. Sem nenhum tipo de ironia nem de sacanagem, achei a ideia genial, de verdade.
E acham o quê, que o conceito foi desenvolvido por um grupo daqueles universitários superdotados? Porra nenhuma, foi concebido por nerds que, para nossos padrões, nem chegam a ser colegiais, seriam nerds ginasiais, se o ginásio ainda existisse, não tivesse sido trocado pelo abjeto ensino fundamental. Aliás, nerd porra nenhuma, que nem sei o que isso significa, se é uma palavra inglesa ou uma sigla, que na minha época era CDF - cu de ferro. O conceito do indicador de buceta foi desenvolvido por três CDFs ginasiais britânicos : Chirag Shah, de 14 anos, Daanyaal Ali, de 14 anos e Muaz Nawaz, de 13 anos.
Mas CDFs não pensam só em quadrinhos de super-heróis, rpg e videogames? CDFs pensando em buceta? Sim, caro e raro leitor, CDF pensa em buceta o tempo todo, pensa em buceta mais do que qualquer um, a diferença é que o CDF, com muita sorte, só vai ver uma de perto lá pelos 30 anos de idade. E sei bem do que falo.
Enquanto o indicador de buceta não chega ao mercado, eu só posso garantir que se você estiver lá, todo empenhado e dedicado no bate-virilha, tirar o pau e ver que a camisinha mudou para a cor vermelha, uma coisa é certa : ela está naqueles dias. Aí, meu amigo sortudo, o negócio é se esbaldar, se lambuzar todo no lodo primordial.

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4 Comentários

  1. Marreta, você era um cdf? Só foi ver a "origem da vida" lá pelos trinta anos?
    E eu sempre achei que você era um comedor nato.

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  2. É um punheteiro, isso sim.
    E dos enrustidos.

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