Satélite Fujão (II)

Seus peitos
Túrgidos
Tonéis
De tonificante absinto
Que nunca desarrolhei, ordenhei
Em cujo colostro nunca me esverdeei.

E o beijo, sua boca?
Servi-me mesmo dela
E também lhe fui vassalo
Naquele dia ancestral do Big Bang?
Ao crepúsculo de uma Pangeia de hímen recém-descabaçado
À beira de uma Atlântida semissubmersa
A tomarmos vinho de algas azuis
Roubado da adega particular de Posseidon?
(ou da de Aquaman?, cada tempo tem os deuses que merece)
Ou foi só distorção da neblina
Artimanhas da bruma
Miragens de Avalon?

E a Lua?
Nos isolava e protegia do mundo
Ou nos eclipsava de nós mesmos?
Nos punha a sonhar em diferentes fases e marés?

A saudade :
A única coisa real nisso tudo.

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