Robocop Gay

Não gosto nem de ouvir falar da tal raça dos comunas, sejam eles leninistas, marxistas, trotskistas, bolivaristas etc. Mas em um aspecto lhes declaro minha simpatia : comunistas cagam pro politicamente correto, dizem as coisas na lata, como elas são. 
O hoje chamado politicamente incorreto vê o mundo como ele é, e dele faz descrição precisa, crua e visceral; não está a dizer se gosta do mundo que vê ou não, se acha que ele seja bom ou mau, apenas diz, sem frescura, sem polimento, sem maquiagem ou rebocos e argamassas, como ele é. 
Já o bichânico do politicamente correto vê as coisas como ele considera que deveriam ser; pior ainda, vê o mundo da maneira que sociólogos, filósofos, pedagogos, cientistas sociais (que puta farsa, hein, cientista social...) e a mídia mal-intencionada em geral dizem para ele que o mundo deveria ser. Desprovido de personalidade e capacidade própria de pensamento, o sujeito compra a ideia do politicamente correto na hora, como quem compra qualquer outra produto de ocasião. Por isso, o politicamente correto pegou tão rapidamente, é uma cartilha pré-fabricada de ideias, pensamentos e opiniões sobre os mais diversos assuntos e temas, política, religião, desigualdades sociais etc. O politicamente correto vê um mundo sem atritos, sem litígio, sem competição, sem diferenças, um mundo eufêmico, ou seja, um mundo desprovido não só do ser humano como também de qualquer outra forma de vida, pois só onde não há vida é que não há competição, é que não há desigualdades, é que não há o mais forte comendo o toba do mais fraco.
Por esse prisma, o da falta de frescura e polimento, o comunista pode ser um sujeito muito engraçado, burlesco. Desde que, é claro, você não o leve a sério como governante e, sobretudo, desde que ele não seja o governante de seu país; afinal, comunismo no cu dos outros é refresco.
Dito isso, vamos até à nossa Cuba mais próxima, a Venezuela. 
Freddy Bernal, o comissário para a Reforma Policial da Venezuela, encarregado da modernização policial no país que tem o segunda maior taxa de homicídios do planeta (em números absolutos, o Brasil é campeão disparado, 64.357 em 2012), declarou à rede de televisão Globovisión que os policiais venezuelanos podem ser homossexuais, mas que devem esconder sua orientação sexual quando em atividade : "Um homossexual pode ser funcionário policial, desde que não manifeste publicamente sua orientação sexual, porque imagine um oficial da polícia que queira usar uma camisa rosa, ou pintar os lábios", disse Bernal, entrevistado pelo jornalista Vladimir Villegas.
Ou seja, o problema não é o cara ser viado, mas sim a viadagem!!!
Concordo com Bernal. E vou mais longe, e amplio : independente da função que exerça, nenhum profissional, sobretudo os que tratam diretamente com o público, deve dar mostras e exibições da orientação sexual que o faz gozar e virar os olhinhos; seja ela qual for, homo, hetero, bi ou pansexual. Um policial, ou qualquer outro funcionário público - médico, professor, bancário etc -, em suas horas de labuta, tem que ser um ser assexuado. Não tem nem que ficar quebrando a munheca nem coçando o saco e assobiando pra gostosa que passa.
E Bernal vai mais fundo, deita e rola, lambuza-se no estereótipo : "Os que vão entrar nos corpos da polícia têm que ser jovens com idoneidade, com ética, com desprendimento, têm que ser garotos saudáveis (...) Um garoto com uma tatuagem não pode entrar na Polícia Nacional Bolivariana; um garoto com um brinco não pode entrar na PNB. Eu já disse isso. Podemos mandá-lo ao ministério da Cultura"
As bichanas, Bernal vai mandar para o Ministério da Cultura. Ha! Ha! Ha! Genial. E concordo com ele, de novo. Há lugar sob o sol para todos, mas cada macaco devidamente no seu galho. O que parece ser um preconceito de Bernal, na verdade é um preconceito que se tem em achar que um estereótipo seja um preconceito. Um estereótpio não chega a ser um preconceito, acho que está mais para uma simplificação de um conceito. E tento me explicar : por exemplo, qual é o estereótipo traçado de um japonês? Que são pessoas disciplinadas, responsáveis, estudiosas, cumpridoras de suas obrigações, certo? Todo japonês é assim? Claro que não. Tem muito japonês preguiçoso, safado, vagabundo. Mas a maioria, sim, corresponde ao estereótipo do bom nipônico. O estereótipo é mais uma espécie de média dos hábitos, costumes e comportamento de um grupo humano, seja de uma classe profissional, de um partido político, de um estilo musical etc.
E vamos e venhamos, sejamos minimamente solidários a Bernal, imagine um policial dando a ordem de prisão a um meliante : "teje preso"! E um piercing com a carinha sorridente do Smile ser vislumbrado em sua língua? Ou, quando for grampear à força o vagabundo que resistir à prisão, uma tatuagem de um golfinho, de um boto cor-de-rosa ou da Minnie Mouse salientar-se em seu desenvolvido bíceps?
E vamos e venhamos (2), se um sujeito todo rude e grosseirão - descabelado, mal barbeado, roupas mal passadas, mamadaço de cerveja, arrotando e ajeitando o saco - subir ao púlpito de um sarau e se apresentar como poeta, alguém lhe dará crédito? Agora, se o cara entrar todo a passinho leve e tímido, vestido com displiscência e despojamento elegantemente planejados, magérrimo daqueles que se alimentam apenas de suflê de alface, óculos retangulares de grossos aros coloridos (vermelho ou roxo de preferência), sentar-se apenas com um lado da bunda ao banquinho, cruzar as perninhas, bebericar delicadamente seu café expresso e pôr-se a ler, pouco importará a qualidade de seu trabalho, pode ser uma merda só, mas imediatamente o cara será proclamado o novo Pessoa pelos "intelectuais" presentes.
Macho para a força policial, bichanas para o Ministério da Cultura !!! Isso é que é reengenharia social!!! Isso é que é direcionar as habilidades e potencialidades individuais para o bem da coletividade!!!
Concordo com Bernal. E há um caso verídico a dar apoio aos seus ditames, acontecido no Brasil, com uma figura conhecida. 
Os que tem mais de quarenta anos, como eu, certamente sabem quem é o ator e humorista Eliezer Motta, alçado a sucesso nacional, na década de 1980, pelo sacristão Batista, dedicado ajudante do Frei Carmelo (Jô Soares) : Cala a boca, Batista!!! 
Na época, Eliezer Motta exercia, concomitantemente, duas profissões aparentemente inconciliáveis, a de humorista e a de policial. Durante algum tempo, ele conseguiu levar essa vida dupla sem maiores problemas. Até que um outro personagem seu fez ainda mais sucesso que o sacristão Batista : o Carlos Sueli, fiel escudeiro do Capitão Gay (de novo, Jô Soares), uma espécie de Robin do primeiro super-herói GLS do mundo. 
Aí, não teve jeito, ele teve que escolher ou ser humorista ou ser policial. O próprio Eliezer Motta conta que era reconhecido nas batidas policiais e a compostura ia pras picas. A bandidagem começava a chamá-lo de Carlos Sueli e a imitar seus trejeitos, perguntava se o Capitão Gay também estava na viatura etc etc. Eliezer abandonou as fileiras policiais.
Bernal está certo. Viado, tudo bem, mas sem viadagem, que aí a coisa esculhamba, avacalha.
Vejam a força policial venezuelana retratada abaixo, em plena ação campal.
Tente agora imaginar os valorosos homens da lei a usar capacetes Coco Chanel, fardas Lacoste, colete à prova de balas Dior, escudos com pinturas de Romero Brito e coturnos Louboutin
Não dá! O comissário Freddy Bernal está certo. Desmoraliza o regimento, acaba com a autoestima do batalhão! Pãããããta que o pariu!!!!

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7 Comentários

  1. Profissionalismo, acho q é por aí. Entretanto, meu amigo, o que mais atrapalha a vida da gnt é o povo sem noção. Olha, não tô nm falando de assédio sexual não, é de pura falta de bom senso mesmo! Gnt que liga pra sabr de processo de madrugada, sexta a noite, fim de semana, nas férias, no recesso, não querem nm saber. Gnt q te para no supermercado, na manicure, no clube e no restaurante! Imagina a cara da pessoa de biquini, tomando umas e outras pra lembrar de processo :/ Cliente q pede teu número e acha q é seu super amigo no whats app e ainda manda convite no facebook. Bem q a gnt tenta separar as coisas, mas stá cada dia mais complicado. Eita mundo maluco.
    "J"

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    1. Pois é, imagine o meu caso, então, que sou professor. Com a falta de limites dessa meninada de hoje (e principalmente da falta de limites de seus pais) e com a tal da "peidagogia" dizendo que professor tem que ser amigo de aluno, que tem que diminuir as distâncias entre docente e discente, a mim só resta vestir a minha velha carranca e passar por chato e mal-humorado. Ou isso, ou ser invadido em sua intimidade, virar assunto de pátio. Mas o próprios professores, sobretudo os mais novos, também estão sem a menor noção de profissionalismo, comportam-se como se fossem adolescentes, alunos mais velhos, simplesmente, falam de sua vida particular, sexual etc.
      Facebook não tenho muito menos whatsapp. O que tem de professor que fica conversando com aluno no facebook, você não acredita.
      Mundo maluco? Bota maluco nisso! E ainda vai piorar muito.
      Mundo maluco? Bota ma

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    2. Eu me coloco nos seus sapatos e olha durante o meu ensino médio e faculdade isso foi um desafio. Será possível q ninguém consegue mais entender q ser educado e gentil NÃO SIGNIFICA SEXO. Eu sempre abominei a ideia de inversão de valores, pra mim falar q adolecente tá pedindo é papo de pedófilo, claro q adolecente tá pedindo, mas o papel do adulto é saber os limites. Assédio na escola é coisa mto séria ñ tem mais ou menos. Fico feliz q vc faça parte da parcela que nos orgulha, isso sim é heroísmo.
      PS: Acho q descobri as matérias q vc leciona...
      "J"

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    3. Caiu da cama?! Acho q matemática, física e biologia. :) Será?!? Ganho o q se acertar?! :p
      PS: Então vc tem medo de ser assunto de pátio.... Well well well na minha época isso só acontecia com gnt interessante.
      "J"

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    4. Caio sempre da cama. Velho vai ficando com a bexiga frouxa e acorda um monte de vezes pra mijar durante a noite.
      Leciono sobretudo biologia, mas dou minhas cacetadas em física, matemática e química, também. Acaba de ganhar um fardo de uma dúzia de Tijucas.
      Quanto a só gente interessante ser assunto na sua época, isso não mudou, continua sendo.

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