A Criança do Pôster

Tava pensando, dia desses, 
No que teria acontecido pra que eu tenha me tornado EU. 
Em como cheguei a esse ponto, 
O que murchou? 
Onde minha meada se fez desencontro? 
O que feneceu? 

Foi quando vi aquele pôster antigo!  

Pensava, cá comigo, 
Onde minha alegria teria capitulado, 
O que degringolou? 
Como cheguei a tal estado?  

Foi quando vi aquele pôster há tempos escondido!  

Pensava, assim meio entretido, 
Em onde meu ânimo teria se rendido, 
O que gangrenou? 
Como atingi essa total falta de sentido?  

Foi quando vi aquele pôster sabendo à naftalina e pó!
 
Pensava, por pensar, nessa minha sina só 
Tentando achar a rachadura por onde minha força escorreu, 
O que definhou? 
Onde tudo se escondeu?  

Foi quando vi aquele meu pôster de criança!  

E já estava lá essa minha face. 
De descaso e desesperança. 
Nada em mim se estragou, 
Nada se desvirtuou, 
Nada apodreceu : 
Aquela criança do pôster 
Há muito já era EU !

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