Salão do Automóvel, Ir Para Quê?

As duas coisas que você encontrará no Salão do Automóvel :
 Carros que nunca irá comprar...

Mulheres que nunca irá comer.

Portanto, visitar essa porra para quê?
Fica parecendo televisão de cachorro. Para os mais novos, esclareço que televisão de cachorro são aquelas máquinas com espetos rotativos para assar frango, que ficam à entrada de mercados e padarias. O cachorrinho vira-lata, esfomeado, passa por uma delas, senta-se à sua frente e fica a olhar, vidrado, a babar frente àquele mundo de fantasia, inalcançável. 
O Salão do Automóvel é isso, a televisão de cachorro do macho adulto e acéfalo.
Muito já se disse a respeito do tesão que a maior parte dos homens tem por carros (declaro-me broxa em relação a esse fetiche) : que seria uma compensação fálica - quanto maior o carro, menor o pinto do sujeito, pelo menos é o que dizem os pobres de pau grande -, ou um substituo do cabeçudo - carros potentes supririam a falta de virilidade do dono -, ou mesmo uma extensão do cacete - não à toa, os homens tanto lavam, enceram e dão polimento às suas carangas, tratamento só dispensado ao próprio pau, muitos homens alisam mais os seus carros que as suas mulheres.
Ou vai ver, então, que o Salão do Automóvel, mais do que uma televisão de cachorro para adultos, é uma espécie de cinema pornô. O cara vai, passa horas a se excitar, volta para o seu carro popular, para o seu milzinho, e toca um punhetão a se lembrar da Ferrari, da Lamborghini.
Além disso, no carro dos seus sonhos, o cara pode passar a mão, acomodar-se em seu interior, sentir a maciez de seus estofamentos, saber-lhe o cheiro e até dar uma voltinha sem compromisso. E sem correr o risco de ser capado pela esposa. O carrão é a traição admitida, sem culpa nem punição.
Despeço-me agora e vos deixo com uma pergunta para pensarem a respeito, que é até mais um enigma do que uma pergunta, uma charada, uma adivinhação. E também uma autopublicidade. Se quanto maior o carro, menor o pau do dono, e sendo lógico e verdadeiro o raciocínio inverso, imaginem só a extensão da minha Marreta, eu que ando a pé, que nem carro tenho, nem mesmo CNH.

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