Até Tu, Ultraman?

Quem assistiu àquelas séries japonesas das décadas de 1960 e 1970 certamente se lembra - e com muita saudade - da mais clássica delas, o Ultraman.
Pelo que me lembro - alguém me corrija se eu estiver errado ou um tanto quanto esquecido -, um alienígena, o Ultraman, vindo sei lá de qual galáxia choca-se com a nave do oficial Shin Hayata da Patrulha Científica, que, não suportando os ferimentos, falece. Para reparar a cagada, o alienígena une sua energia vital à de Hayata, ressuscitando-o. Assim, japonês e alienígena passam a habitar o mesmo corpo, sendo a de Hayata a personalidade dominante.
Quando a presença do Ultraman se faz necessária para combater os mais diversos e toscos monstros do Universo, que, de uma hora para outra, escolheram a Terra como estação de veraneio, Hayata troca de lugar com Ultraman através de um dispositivo chamado cápsula Beta e o pau quebra bonito.
Porém, Ultraman não dispõe de muito tempo para dar cabo dos monstros. Sua presença física em nossa realidade consome uma enorme quantidade de energia e para não perder a noção de quanto tempo tem, há um timer no peito de Ultraman, um luz que começa a piscar quando sua bateria está perto de arriar e ele trocar de lugar de novo com Hayata.
E é sempre a mesma coisa. Ultraman e monstro começam a pancadaria com golpes de coreografados de artes marciais, com vantagem inicial sempre para o monstro. Quando Ultraman começa a sobrepujar o inimigo e esse percebe que vai levar a pior, o monstro cresce, agiganta-se, decuplica o seu tamanho. Acham que Ultraman se aperta? Porra nenhuma. Japonês garantido, né? Ultraman também pode se agigantar, mas isso faz com que gaste uma enorme e estratégica quantidade de energia, e bastam mais umas duas ou três titânicas porradas para que o timer comece a piscar. Aí, Ultraman apela, coloca os braços à frente, cruza-os e lança o seu infalível Raio Espacial, um raio desintegrador, e a batalha termina.
A gente ficava se perguntando por que o Ultraman já não usava de uma vez a porra do raio e encerrava a questão, ao invés de primeiro apanhar feito vaca na horta? E quanto mais crescia, menos tempo Ultraman tinha.
Pelo visto, foi algo parecido o que aconteceu na cena abaixo, uma ilustração de Derek Chatwood. O oficial Hayata, pouco agraciado pela natureza em seus dotes fálicos, e provavelmente querendo impressionar uma nova conquista, trocou de lugar com Ultraman, para que esse agigantasse uma específica parte de sua anatomia. Acontece que Ultraman teve que fazer crescer tanto a pistolinha de Hayata, para que aquilo pudesse ser chamado de pinto, que lhe sobrou pouquíssimo tempo, dois ou três minutos. E aí, já era. Deu uma broxada federal.
"Isso nunca me aconteceu antes... nessa galáxia..."

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