O Papamóvel e o Hércules da FAB

Desde que o presidente do STF, Joaquim Barbosa, em uma pesquisa do Instituto Datafolha, apesar de não figurar na lista de pré-candidatos à corrida presidencial de 2014, e de afirmar não ter a intenção de, apareceu como o preferido pelos paulistanos, com mais de 30% das intenções de voto, que a imprensa canalha e tendenciosa do país, parece-me, começou a buscar meios de sujar sua imagem, minar a sua figura respeitável. 
Valendo-se do escândalo da utilização indevida de aviões da FAB para o transporte de parlamentares e seus familiares em viagens de cunho particular e de lazer, alguns meios de comunicação - rede Globo, Folha de SP etc - tentaram, canalhamente, envolver Joaquim Barbosa nesse imbróglio, mostraram-se dispostos a fazer parecer que Barbosa é farinha de mesmo saco que Renan Calheiros e similares. Joaquim Barbosa não é. Não há o menor indício disso até agora, pelo menos.
Foi noticiado que Joaquim Barbosa teria usado um avião da Força Aérea Brasileira para ir ao Maracanã, assistir ao jogo de futebol entre Brasil e Inglaterra. Era mentira.
Joaquim Barbosa se utilizou dos serviços da FAB por duas vezes : no dia 18 de abril, quando viajou a Natal (RN) para uma inspeção no Foro das Comarcas da capital potiguar, como parte do Mutirão Carcerário de 2013, retornando a Brasília no dia 19, ou seja, a trabalho a serviço da Nação; e em 02 de maio, para chegar à Costa Rica, onde participou da Conferência Internacional em Comemoração ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, em San Jose da Costa Rica, promovida pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), retornando no dia 04 de maio ao Brasil, ou seja, de novo, a interesses da Nação.
Comparar os voos de Barbosa aos de Calheiros e outros nem pode mais ser questão de burrice, só pode ser mesmo filha da putice. Que pode servir para duas coisas, ou sujar a imagem de Barbosa, desqualificar suas decisões (e isso tem a cara do pessoal condenado pelo mensalão a agir em sua vendeta), ou minimizar as irregularidades dos parlamentares que vão passear de aviãozinho às nossas custas, pois, no raciocínio torto e canalha deles, se Joaquim Barbosa, a atual figura máxima da Justiça Brasileira, se utiliza da FAB para motivos pessoais, é porque o ato não pode ser tão ilegal assim, nem imoral. Ou pode muito bem servir aos dois propósitos, minar Barbosa e minimizar as safadezas dos parlamentares.
Renan Calheiros, de fevereiro a junho, desde que assumiu a presidência do Senado, voou 27 vezes pela FAB, passeou para Alagoas, seu reduto político, foi ao Rio, São Paulo, Ceará e Bahia; o Presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, voou 47 vezes; perto deles, José Sarney, o eterno donatário da capitania hereditária do Maranhão, fica até envergonhado, voou apenas 18 vezes pela FAB, quando ocupava o lugar que hoje é de Calheiros.
Para evitar maiores boatos, Joaquim Barbosa, rápido e rasteiro, como é de sua peculiaridade, determinou, desde ontem, a publicação de dados das viagens de todas as autoridades do tribunal em aviões da FAB. Os dados estão disponíveis na internet, a quem interessar possa.
Mas não é só para levar parlamentares a lazer que os aviões da FAB, principalmente os Hércules, têm se prestado. Os Hércules da FAB têm servido para trabalhos bem menos valorosos que os doze cumpridos pelo herói que lhes emprestou o nome.
Um Hércules C-130 da FAB foi utilizado para dar uma "carona" ao papamóvel, aliás, para dois papamóveis, um branco e um jipe verde, ambos blindados. 
Os veículos foram trazidos de Roma para o Rio de Janeiro, onde chegaram na tarde de ontem, no aeroporto do Galeão, e ficarão bem guardados na "garagem" do 3º Comando Aéreo Regional.
Os militares brasileiros atuarão como flanelinhas dos papamóveis. À saída, o Papa lhes dará o quê? Uma benção? O anel papal, feito o que João Paulo II deixou numa favela do Rio?
Quem está pagando a conta do transporte do papamóvel? A arquidiocese do Rio? Ou foi feita uma "vaquinha" entre os fiéis idiotas?
Quanto custou o transporte dos papamóveis e quanto a vinda dele ainda onerará os cofres públicos?
Usar avião da FAB para fazer serviço de guincho pro Papa é muito pior, muitíssimo pior, que levar Calheiros, Sarney etc a darem umas voltinhas por nosso Brasil varonil.
Os aviões da FAB só podem ser usados para os interesses da nação, na representação e defesa deles. O Brasil é um estado laico, ora porra. O Estado Brasileiro nada quer com a religião; seu povo e seus políticos podem até querer, mas o Estado não.
Qual o interesse do Brasil, repito, um estado laico, em gastar milhões com uma visita do Papa? Quais interesses nacionais e de soberania estão envolvidos? Nenhum. Absolutamente nenhum.
Usar avião da FAB para trazer o carrinho do Papa, para o filho da puta passear pela orla do Rio, olhar umas bundas de fio-dental, ou umas sungas recheadas de bengas (de um padre, a gente nunca sabe), é gravíssimo. Filho da puta, sim. Todo Papa o é, um filho da puta.
Eles representam uma das organizações que mais mal já causou à humanidade. A igreja católica estagnou  a ciência por mil anos (e até hoje tenta barrar todo e qualquer avanço científico, taxando-o de antiético e essas palhaçadas), matou mais de  9 milhões de "hereges" em seus tribunais da Inquisição - Hitlher matou 6 milhões de judeus -, e continuam a matar até hoje, em ações que eu só posso qualificar de genocídio programado.
Na África, missionários católicos vão aos rincões mais distantes, àquelas tribos mais pobres, e pregam radicalmente contra o uso da camisinha, chegam a queimar (sempre a boa e velha fogueira católica) os preservativos que encontram. Destruir preservativos e pregar contra o seu uso no continente mais contaminado pelo HIV é genocídio programado, limpeza étnica das brabas, não conheço outra designação.
No nordeste brasileiro, a mesma postura contrária à camisinha contribui para que as famílias procriem feito ratos de laboratórios, os clássicos 10, 12 filhos, condenando populações a uma vida passada em miséria extrema, limítrofe, um verdadeiro gado eleitoral; a igreja católica ajuda a manter os currais eleitorais das velhas raposas da política.
E é a serviço do chefe dessa organização genocida que o Brasil pôs seus aviões à disposição, e também parte de seu efetivo militar. Eu acharia mais fácil, e mais honesto, passar duma vez pelo Inferno e trazer logo o Mefistófeles para se sentar à beira da praia, tomar umas caipirinhas, ouvir uns pagodes e jogar um futevôlei com o Romário e o Eri Johnson.
E por que os papamóveis são blindados? O Papa não confia na proteção de seu chefe, deus? Será que deus todo-poderoso não é capaz de fazer uma bala parar?
Ao atravessar a multidão em seu papamóvel, fica parecendo que o Papa está em um passeio ao Simba Safári. O Simba Safári era um anexo do zoológico da cidade de São Paulo onde as feras - leões, leopardos, girafas, macacos, jacarés - ficavam soltas, caminhando tranquilamente, e os humanos (as verdadeiras feras) passeavam entre elas no interior de carros fechados. Era um zoo ao contrário. Era o zoo dos bichos, que olhavam e cercavam os humanos engaiolados nos carros.
O papamóvel é o carro do Simba Safári do Papa. Sempre que ele precisa passear por entre feras, ele, homem de deus, isola-se do populacho em seu carro blindado. E fica lá, dentro do papamóvel, a acenar para os irracionais, jogando bananas aos macacos.
São blindados, os papamóveis, mas também nada que um bom fuzil não possa trespassar. E as favelas do Rio estão cheias deles, dos fuzis de uso militar.
Não custa nada ter esperança.

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2 Comentários

  1. Olha AzarXão, eu até concebia como lógico receber e apoiar o Papa com nosso pessoal e material militar... Por tudo aquilo que ele represente como figura política, entende? Não! Não é? Mas eu entendo o seu não entendimento! rs... Principalmente depois da colocação: "Eles representam uma das organizações que mais mal já causou à humanidade..." . De fato precisamos fazer um juízo de valor crítico para esse tipo de coisa. Tks pela nova visão!

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